A Bolívia negociará com dirigentes sociais antes de tentar um novo aumento dos combustíveis para estimular o investimento em petróleo e eliminar um subsídio estatal, disse na terça-feira o presidente Evo Morales.
O chamado "gasolinaço" tornou-se um duro questionamento à liderança de Morales, que teve que recuar de sua tentativa de elevar em até 83% o preço dos combustíveis para frear as grandes manifestações nas ruas e o movimento de sindicatos e forças aliadas aos opositores.
"Os movimentos sociais nos dirão quando [reajustar os combustíveis eliminando o subsídio], se forem responsáveis com a Bolívia", disse Morales em reunião com correspondentes internacionais.
"Eu guardo minha responsabilidade com a Bolívia e ante a história. Agora, cabe aos movimentos sociais, aos seus dirigentes e ao povo boliviano", disse o presidente, que considera inevitável um reajuste dos preços dos combustíveis.
O futuro reajuste buscará os mesmos objetivos do fracassado ""gasolinaço" do fim do ano passado: eliminar um subsídio que custou US$ 380 milhões ao governo em 2010 (2% do Produto Interno Bruto) e incentivar investimentos para a exploração de petróleo e evitar uma crise energética no país.
Morales afirmou ter encontrado um apoio quase unânime entre os movimentos sociais sobre a necessidade de aumentar o preço dos combustíveis.
Há pouco mais de uma década, a Bolívia se concentrou nas exportações de gás, enquanto a produção de petróleo e outros hidrocarbonetos líquidos passou a ser um negócio paralelo para a indústria local, para a qual tem um preço congelado de US$ 27 o barril. Folha Online