segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Musical da década de 1930 ressurge em CD

Como ressalta Paulo Betti, não existiria o recém-lançado CD "A Canção Brasileira" se, nos anos 80, o diretor Luís Antônio Martinez Corrêa (1950-1987), com a ajuda de Marshall Netherland, não tivesse encenado seus célebres "Theatro Musical Brazileiro 1860/1914" e "Theatro Musical Brazileiro 1914/1945".

Frutos de extensa pesquisa, aqueles espetáculos, além de encantar plateias, deixaram registradas para as futuras gerações as trilhas dos antigos musicais. Juliana Betti, 33, é uma das que aproveitaram essa herança. Ela foi uma das atrizes-cantoras e entusiastas da montagem de "A Canção Brasileira", que seu pai dirigiu em 2005, recriando a opereta homônima que foi sucesso em 1930. Paulo Betti é um dos sócios da Casa da Gávea, responsável pela peça e pelo disco que registra as versões da remontagem.

Vicente Celestino no papel de Samba e sua mulher, Gilda de Abreu, como Canção estrelaram a opereta que realizou cerca de 500 apresentações. Seu tema principal é, exatamente, o encontro entre samba e canção, algo que se consumava na época _apontado como o primeiro samba-canção, "Linda Flor (Ai, Ioiô)" (Henrique Vogeler/Luiz Peixoto/Marques Pôrto) foi lançado em 1928. As músicas de "A Canção Brasileira" são de Luís Iglesias, Miguel Santos e Henrique Vogeler.

O objetivo de Paulo Betti é transformar o musical em filme. Enquanto isto não se concretiza, ele distribui o CD, patrocinado pelo BNDES, para instituições ligadas a teatro e música, como o Instituto de Artes da Unicamp e o Conservatório Musical de Tatuí. Pessoas interessadas em ter o CD também podem entrar em contato com a Casa da Gávea a fim de recebê-lo: (0/xx/21) 2239-3511, casadagavea@casadagavea.org.br. Folha Online