quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Greve geral e distúrbios de rua tomam conta da Grécia

Enfrentamentos entre jovens manifestantes e policiais antidistúrbios explodiram nesta quarta-feira em Atenas, durante uma manifestação contra os cortes do governo organizada em função de uma greve geral de 24 horas no país. Esta é a segunda greve geral convocada pelos sindicatos neste ano. Em 2010, ocorreram 10 paralisações.

Os policiais, posicionados diante o Ministério das Finanças, na praça central de Syntagma, lançaram gases lacrimogêneos para fazer os jovens retrocederem. Os manifestantes, por sua parte, jogaram todos os tipos de objetos, principalmente coqueteis molotov e bombas caseiras.

Segundo a polícia, as várias manifestações em Atenas e no Pireu reuniram cerca de 20 mil pessoas. Segundo os sindicatos foram 60 mil pessoas. Só em Salônica a polícia calculou em 16 mil o número de manifestantes.

Estas manifestações foram organizadas pelas duas grandes centrais sindicais do país, GSEE e Adedy, e a frente sindical comunista Pame, dentro de uma greve geral de 24 horas convocada contra a política de austeridade imposta ao país pela União Europeia e o Fundo Monetário Internacional em troca de um plano de ajuda financeira.

CRISE

Em maio, a UE (União Europeia) e o FMI (Fundo Monetário Internacional) fecharam um acordo de resgate financeiro de 110 bilhões de euros (US$ 150,17 bilhões), válido por três anos, para salvar a economia da Grécia, que enfrentava o risco de um calote da dívida devido à sua grave situação fiscal.

A Grécia planeja reduzir seu deficit público em 2011 para 7,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Em 2009, o número chegou a 15,4% do PIB.

Os esforços da Grécia em cortar gastos geraram greves e protestos violentos no país ao longo deste ano. Outros países da zona do euro em grave situação fiscal, como Irlanda e Portugal, são alvos em potencial de novos resgates financeiros.

Ao finalizarem a sua segunda revisão do programa econômico grego, as equipes da UE, do FMI e do Banco Central Europeu emitiram nota afirmando que o país está "no caminho certo" e que esperam uma "virada" na economia do país em 2011.

No entanto, embora elogiem os cortes de gastos feitos, as equipes destacam que os esforços da Grécia podem ser menores do que o exigido para o país sair da crise.

No dia 15 de dezembro, a Câmara dos Deputados transformou em lei medidas que cortam os salários de empresas estatais de ônibus e ferrovias.O projeto de lei que gera os protestos, exigido pela UE e pelo FMI, prevê cortes de 10% a 25% nos salários superiores a 1.800 euros mensais (US$ 2.457) nas DEKO e foi aprovado durante a noite por 156 votos a favor e 130 contra. FRANCE PRESS Folha Online