Ao menos 296 pessoas já morreram devido à turbulência pós-eleitoral na Costa do Marfim desde meados de dezembro, disse a missão da ONU (Organização das Nações Unidas) nesta quinta-feira.
A comunidade internacional aponta o oposicionista Alassane Ouattara como vencedor da eleição de 28 de novembro, mas o presidente Laurent Gbagbo se recusa a deixar o cargo, e continua controlando as Forças Armadas.
Confrontos entre seguidores de Ouattara e as forças de segurança deixaram um grande número de vítimas, a maioria em incursões de tropas e milícias aliadas do presidente contra bairros habitados por simpatizantes da oposição. A ONU diz também que muitas pessoas foram sequestradas nessas incursões.
Apenas na semana passada, 22 pessoas morreram em Abidjã, a maior cidade da Costa do Marfim, segundo nota da ONU.
"Isso eleva o total de mortos a mais de 296 desde meados de dezembro", disse o porta-voz Hamadoun Touré, acrescentando que a cifra não inclui as vítimas de sequestros e estupros.
Paramilitares leais a Gbagbo mataram pelo menos seis civis na segunda-feira em um reduto de Ouattara, segundo testemunhas. E no fim de semana passado Gbagbo comandou uma cerimônia pelos 32 policiais e soldados mortos desde meados de dezembro, quando a situação se tornou violenta.
As forças do governo raramente divulgam sobre números de vítimas e costumam proibir o acesso da imprensa e do público aos locais onde ocorrem incidentes violentos, até que os corpos sejam retirados. REUTERS Folha Online