A entrada de dólares no país no início de 2011 já supera a saída de moeda estrangeira em US$ 24,36 bilhões, segundo dados do Banco Central até o último dia 4. O valor também é superior a todo o montante que entrou Brasil no ano passado, US$ 24,35 bilhões.
Depois do recorde registrado em janeiro (US$ 15,5 bilhões), entraram mais US$ 7,4 bilhões em fevereiro. Nos primeiros dias de março, o fluxo já está positivo em US$ 1,4 bilhão.
O resultado está sendo puxado por operações financeiras, principalmente, investimentos estrangeiros de longo prazo no setor produtivo e captações de empresas brasileiras no exterior.
Os dados do BC mostram ainda que, além da forte entrada de recursos, outro fator que pressiona a cotação da moeda é o aumento da especulação dos bancos no mercado de câmbio. As dívidas das instituições no mercado à vista subiram de US$ 11 bilhões em janeiro para US$ 12,7 bilhões, o que significa uma aposta maior na queda do dólar.
As intervenções do BC também aumentaram. Depois de comprar US$ 8 bilhões em janeiro, a instituição adquiriu mais de US$ 9 bilhões em fevereiro, considerando operações à vista (US$ 8,1 bilhões) e a prazo (US$ 973 milhões). Nos primeiros dias de março, já comprou mais US$ 2,7 bilhões.
COMMODITIES
O BC também divulgou nesta quarta-feira o índice de commodities da instituição, que mostra alta de 4,73% em fevereiro, acima dos 3,85% do CRB, principal indicador internacional sobre o preço desses produtos.
Isso significa que o aumento no preço desses produtos afetou mais a inflação no Brasil do que no exterior.
INTERVENÇÕES
Os números divulgados hoje pelo BC confirmam que a autoridade monetária está intervindo de maneira mais intensa no mercado cambial.
Embora o fluxo de divisas tenha caído pela metade entre janeiro e fevereiro, as compras de dólares pelo BC aumentaram no período: de US$ 7,992 bilhões para US$ 8,065 bilhões.
Ao número de fevereiro, deve-se considerar ainda as operações de compra no mercado a termo, que somaram US$ 1,946 bilhão. Nas operações a termo, as trocas de moedas são liquidadas com semanas de diferença, enquanto nas operações à vista, são feitas em dias. Folha Online