quinta-feira, 31 de março de 2011

Lucro da Marfrig sobe 41% no 4º trimestre e atinge R$ 62,4 mi

A companhia de alimentos Marfrig, dona da marca Seara, registrou lucro líquido de R$ 62,4 milhões no quarto trimestre de 2010, com aumento de 41,3% ante igual período anterior.

A empresa, segunda maior exportadora de aves e suínos do Brasil, atrás da Brasil Foods, informou em teleconferência para divulgar os resultados financeiros que encerrou o ciclo de aquisições de empresas e que pretende priorizar a busca de sinergias e o crescimento orgânico em 2011.

Outra grande companhia do setor, a JBS, já havia informado nesta semana que estava finalizando ciclo de aquisições e que buscaria avançar em integração de operações, visando garantir um adequado retorno aos acionistas.

As companhias de carnes brasileiras passaram por um forte crescimento nos últimos anos, principalmente JBS e Marfrig, levando operações para a América Latina e os Estados Unidos.

O Marfrig concluiu em 2010 as aquisições da Seara, comprada da gigante norte-americana Cargill, e da Keystone Foods, também dos Estados Unidos, uma das principais fornecedoras globais para a rede McDonald's.

Ao todo, a empresa fez 40 aquisições em um período de quatro anos, reunindo agora 151 unidades em 22 países.

"Nós finalizamos a parte estratégica das aquisições. Neste ano estamos focados em captar sinergias do negócio e também em crescer organicamente", afirmou o presidente-executivo do grupo, Marcos Antonio Molina dos Santos.

Com o pagamento da compra da Keystone Foods ocorrendo no quarto trimestre do ano passado, o endividamento líquido da companhia foi a R$ 5,3 bilhões, ante R$ 2,8 bilhões ao final do terceiro trimestre de 2010.

"Nosso caixa hoje é 36% maior que todo o endividamento de curto prazo. Estamos em uma situação confortável", afirmou o diretor de relações com investidores, Ricardo Florence dos Santos.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) fechou os três últimos meses de 2010 em R$ 572,9 milhões ante R$ 149,4 milhões um ano antes. A margem no período passou de 5,8% para 10,8%.

MATÉRIAS-PRIMAS

A companhia acredita que 2011 marca um novo nível nos custos das matérias-primas mais utilizadas, como os grãos.

"Para este ano efetivamente temos um novo patamar, bem mais alto que em 2010, mas depois vemos alguma estabilidade", afirmou Mayr Bonassi, diretor geral da unidade Seara Alimentos, responsável pelo processamento de aves e suínos.

Ele acredita que o preço do milho deverá ficar entre US$ 6 e US$ 7 por bushel em Chicago neste ano, e vê a soja variando entre US$ 13 e US$ 14 por bushel, "com exceção de algum pico motivado por estresse climático".

Bonassi enxerga, no entanto, um potencial para queda nestes níveis de preço mais para frente, no final de 2012 ou 2013, quando os elevados níveis de preço terão motivado um aumento da oferta de grãos por parte dos principais produtores. REUTERS Folha Online