quinta-feira, 31 de março de 2011

Carta-bomba fere duas em órgão de energia nuclear da Suíça

Uma carta-bomba deixou duas mulheres feridas nesta quinta-feira ao explodir na sede da Swissnuclear, órgão especializado em energia nuclear do consórcio que reúne os três grandes grupos energéticos da Suíça.

A explosão ocorreu quando a carta foi aberta. As duas vítimas foram levadas ao hospital com queimaduras superficiais e problemas de audição, informou a polícia.

O consórcio Swisselectric, controlador da Swissnuclear, reúne as empresas Axpo, Alpiq e Forces Motrices Bernoises (FMB), que administram um total de cinco usinas nucleares na Suíça.

As companhias apresentaram em 2008 ao Escritório Federal de Energia um pedido para construir três novos reatores atômicos no país --que foi suspenso para que os padrões de segurança fossem revistos, depois da tragédia na usina nuclear de Fukushima Daiichi, no Japão, atingida por um tremor e tsunami no último dia 11.

A polícia vai investigar quem enviou o pacote-bomba. Os agentes isolaram o escritório da Swissnuclear, que fica no quarto andar de um prédio de Olten. Um porta-voz da polícia disse que cientistas forenses já estão no local.

O atentado coincide com o protesto realizado pela ONG internacional Greenpeace na mesma cidade, em frente à sede da companhia elétrica suíça Alpiq Holding para exigir aos diretores que retirem o pedido de autorização para a construção das novas usinas nucleares.

Em frente à sede da empresa na cidade de Olten (cantão suíço de Soleura), os manifestantes exibem cartazes de protesto e um grande latão de lixo, enquanto batem em barris vazios de resíduos nucleares.

A polícia investiga se há conexão entre o ataque e o protesto. O Greenpeace negou qualquer envolvimento. "Nós estamos chocados que tal ação possa ter sido usada para fins políticos. Greenpeace está comprometido com manifestações não violentas", disse Florian Kasser.

A Suíça conta com cinco usinas nucleares (Beznau 1, Beznau 2, Gosgen, Leibstadt e Muhleberg), que geram 40% da energia elétrica do país. Folha Online