domingo, 10 de abril de 2011

Coleta de lixo em prédios esbarra na burocracia após decreto

Vários condomínios comerciais e mistos --com escritórios e unidades residenciais-- da cidade de São Paulo que geram mais de mil litros de lixo por dia (uma pessoa produz 960 g diários) se veem forçados a trocar de empresa de coleta.

Pelo decreto 51.907/10, assinado pelo prefeito Gilberto Kassab em novembro, esses condomínios só podem contratar prestadores cadastrados pela prefeitura, sob pena de multa de R$ 1.000 e perda do alvará de funcionamento.

Muitas cooperativas de catadores, porém, ainda não conseguiram se cadastrar, obrigando vários prédios a buscar empresas maiores para recolher seus resíduos.

"Muitas cooperativas estão em processo de cadastramento no Limpurb [Departamento de Limpeza Urbana], mas têm pendências burocráticas, como documentação", diz André Vilhena, diretor-executivo da ONG Cempre (Compromisso Empresarial com a Reciclagem).

"Tivemos que trocar de prestador de serviço", conta Marcia Marchetti, 54, gerente predial de um condomínio comercial na Vila Olímpia (zona oeste). 

"Foi ficando cada vez mais difícil para a cooperativa retirar o lixo todos os dias, porque aqui eles não podiam vir de caminhão".

O decreto não afeta condomínios estritamente residenciais. Nesses, a preocupação ainda é organizar a coleta seletiva. Lâmpadas, por exemplo, devem ser recolhidas por empresas especializadas. Folha Online