Em tempos onde deputados distribuem panfletos homofóbicos pagos com dinheiro público, pessoas ditas educadoras suspendem alunos por causa de uma suposta homossexualidade e gays são agredidos em plena via pública, nunca foi tão simbólico falar num dia de luta mundial contra a homofobia.
O 17 de maio ficou assim consagrado porque foi nesta data em 1990 que a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas relacionados à saúde (CID). Um dia para comemorar as conquistas alcançadas pelo segmento gay, como o recente reconhecimento das uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo no Brasil, mas também de (re) pensar os desafios e o quanto ainda temos que construir rumo a uma sociedade sem preconceitos.
Na verdade, para além deste dia oficial, em que todos são convidados a refletirem sobre sua contribuição no combate à homofobia, a luta é diária, se faz com amor, compromisso e vontade coletiva de respeitar as diferenças. Precisamos pensar estratégias, definir ações e arregaçar as mangas. A homofobia nem sempre se revela plena e de cara limpa. Está muitas vezes escondida sob gestos silenciosos e aparentemente inocentes.
Todos têm o direito à vida, ao prazer, à felicidade, ao direito de ter direitos. Por que excluir uma parcela da sociedade em função de sua orientação sexual, diferente da que se acredita aceitável? Precisamos mostrar que não compactuamos com uma cultura hipócrita, heterocentrada e machista. Dizer não ao preconceito é mais do que uma manifestação de respeito, é uma questão de cidadania. Vamos em frente?
Em tempo, vale destacar algumas iniciativas bacanas de luta contra a homofobia no país:
Campanha não homofobia - Promovida pelo Grupo Arco-Íris através do site www.naohomofobia.com.br, visa recolher assinaturas em prol da aprovação do projeto de lei complementar que criminaliza a homofobia, o PLC 122. Através do site, o internauta dá seu voto e passa a fazer parte do abaixo-assinado a ser encaminhado a senadores como demonstração de adesão da sociedade à lei em questão.
4ª Mostra Possíveis Sexualidades - Realizada entre 24 e 29 de maio, em Salvador, traz como tema o combate à homofobia e distribui a partir do dia 17 cinco mil broches temáticos nos principais pontos culturais da cidade. Na ocasião do evento, será lançada ainda a Cartilha Homofobia: outro papo muito sério, assinada por Luis Augusto Gouveia, mesmo autor dos famosos quadrinhos Fala Menino, nos quais aborda a temática da diversidade e da inclusão a partir da experiência da infância. Mais informações em: http://possiveissexualidades.wordpress.com/
Projeto Tecendo Gênero e Diversidade - Proposto pela Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais, o projeto é voltado para a qualificação de professores do ensino infantil, levando-os a implementar nas escolas uma educação orientada para a sexualidade e gênero, desconstruindo paradigmas e trazendo à tona novos saberes. Conheça o projeto em: http://www.abr.io/tecendo | MIX BRASIL