segunda-feira, 16 de maio de 2011

Lésbicas formalizam união estável em praça de Teresina

Dois casais de lésbicas de Teresina (PI) participaram nesta segunda-feira (16) de uma cerimônia coletiva para celebrar a união estável homoafetiva.

A solenidade foi organizada pelo grupo Matizes, entidade que defende gays, lésbicas e travestis no Estado.

A técnica administrativa Anísia Teixeira Silva, 36, que selou a união com a companheira, Lígia Helena Ferreira, 33, acha que o 'casamento' vai ficar para a história. 'É um ato de conscientização e também para celebrar a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou.

'Sou a favor do casamento delas. Temos que aceitar os filhos como eles são. Quero que elas sejam felizes', disse a aposentada Margarida Teixeira, 67, mãe de Anísia.

A cerimônia ocorreu na praça João Luiz Ferreira, diante de olhares curiosos, e teve direito a buquês e atrasos. A tabeliã Fernanda Sampaio leu o registro e anunciou a união estável de Anísia Teixeira e Lígia Ferreira e do casal Marinalva Santana Ribeiro, 40, e Lúcia Quitéria Silva Costa, 44. O público aplaudiu.

Marinalva é uma das fundadoras do grupo Matizes no Estado e vive com a companheira há cinco anos. 'É um ato contra o preconceito. Queremos dizer que o amor entre duas mulheres tem de ser respeitado', disse.

FLORES

Rosas brancas e vermelhas foram distribuídas para o público. 'É para dizer que acreditamos na cultura da paz e contra a intolerância sexual', disse Carmen Lúcia Ribeiro, da Liga Brasileira de Lésbicas.

Ignorando o apelo, o aposentado João Henrique Pereira Sousa, 76, repudiou a cerimônia ao passar pela praça. 'Isso é um absurdo. É uma blasfêmia', gritou.

No Piauí, o grupo Matizes realizou 11 solenidades simbólicas de união estável desde 2007, mas sem efeitos jurídicos. As uniões celebradas hoje são as primeiras no Estado após a decisão do STF. FOLHA