terça-feira, 17 de maio de 2011

Diretor do FMI é transferido para presídio notório de Nova York

O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, ficará detido em um presídio de Nova York até sua próxima audiência, informaram autoridades.
Strauss-Kahn foi levado para o notório presídio de Rikers Island, comumente usado pela Justiça de Nova York para abrigar suspeitos aguardando julgamento ou condenados cumprindo sentenças curtas.
Segundo o correspondente da BBC em Nova York Tom Sturridge, a prisão, localizada numa ilha perto do aeroporto de LaGuardia, abriga desde membros de gangues até criminosos condenados por crimes dos mais sérios. Strauss-Kahn será acordado às 06h00, terá apenas uma hora de recreação e a comida será bem diferente da oferecido nos cardápios dos hotéis de Nova York.
Um porta-voz do sistema prisional disse que Strauss-Kahn ficará sob proteção 24 horas por dia no presídio e em uma cela individual – ao contrário de muitos dos demais detentos do local, que em geral dormem em pavilhões com até 50 camas, segundo a Associated Press.
Rikers Island, que fica próximo à região do Queens, é cenário de muitos filmes e seriados passados em Nova York.
Strauss-Kahn foi detido no sábado, acusado de agressão sexual, cárcere privado e tentativa de estupro, e nesta segunda-feira uma juíza da Corte Criminal de Manhattan negou a soltura sob fiança do político francês.
A juíza acatou o argumento dos promotores de que havia risco de que, se solto, Strauss-Kahn fugisse dos EUA. No sábado, ele foi detido num avião comercial que estava prestes a voar de Nova York à França.
As acusações contra ele foram feitas por uma camareira de 32 anos do hotel onde Strauss-Kahn estava hospedado, perto de Times Square.

Segundo a polícia, a camareira identificou formalmente o francês em uma sessão de reconhecimento.
Strauss-Kahn, visto como um possível candidato de peso para as próximas eleições presidenciais francesas, nega todas as acusações.
O francês deve ser ouvido novamente em um tribunal em quatro dias.
FMI
A prisão de Strauss-Kahn ocorre num momento em que o FMI debate como combater a crise da dívida em alguns países da Europa.
A cotação do euro em relação ao dólar caiu ao ponto mais baixo em seis semanas nesta segunda-feira, o que seria um reflexo da prisão.
A União Europeia afirma que a detenção de um notório defensor do euro não deverá afetar os pacotes de resgate promovidos pela instituição.
Um porta-voz do Fundo Monetário Internacional informou apenas que o organismo foi notificado da prisão de seu chefe e que continuaria a “monitorar os acontecimentos” do caso.
O vice-diretor-gerente do fundo, John Lipsky, ocupará interinamente o cargo de diretor-gerente durante a ausência de Strauss-Kahn.
Até sua prisão, Strauss-Kahn era considerado um possível candidato à Presidência da França pelo Partido Socialista nas eleições do ano que vem. Pesquisas de opinião lhe davam uma boa chance de derrotar o presidente Nicolas Sarkozy.
Ele passou por exames no domingo, em que peritos buscaram lesões que indicassem uma possível luta com a camareira que o acusa e traços de DNA da suposta vítima.
Também nesta segunda-feira, também surgiu mais uma acusação contra Strauss-Kahn. Uma escritora francesa afirma que poderá entrar com uma denúncia devido a uma suposta agressão sexual em 2002. BBC BRASIL