O ex-presidente do Banco Central e presidente do Conselho de Administração da BM&FBovespa, Armínio Fraga, disse hoje que a presidente Dilma Rousseff optou "por um estado grande, mas que investe pouco".
Segundo o economista, o Estado brasileiro tem investido cerca de apenas 2 p.p. (pontos percentuais) do PIB (Produto Interno Bruto).
Considerando a taxa global de investimento --que inclui o setor privado--, a taxa é de cerca de 18%, diz ele, o que é insuficiente para sustentar um crescimento almejado de 5 a 6% do PIB e até mesmo um avanço menor, de 4% do PIB --patamar que deve ser registrado esse ano.
Para Fraga, entretanto, algumas iniciativas do atual governo são bem-vindas.
Ele citou "a ideia" lançada pela presidente de promover a meritocracia na administração pública e de colocar "foco na qualidade da gestão".
Na visão do ex-presidente do Banco Central, "é muito difícil" destituir aliados e indicar servidores pelo mérito, mas trata-se de uma premissa indispensável para o setor público.
Fraga ressaltou, entretanto, que o governo brasileiro precisa aperfeiçoar algumas instituições, melhorar controles e análises de desempenho e avançar na regulação.
Citou o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que está "na elite" das instituições brasileiras, como órgão que precisa melhorar o acompanhamento de resultados e metas de seus fundos e programas de financiamento.
Armínio Fraga participou hoje do 23º Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos, que acontece na sede do BNDES no Rio de Janeiro. FOLHA