Quando o ala-pivô Joakim Noah, do Chicago Bulls, foi multado em US$ 50 mil (R$ 81 mil) por chamar um torcedor de veado durante uma partida, o debate sobre homofobia tomou corpo na NBA em meio aos playoffs.
A polêmica surgiu na Flórida, no terceiro jogo do time de Noah ante o Miami Heat pela final da Conferência Leste, no último domingo.
Uma semana antes, o dono do Phoenix Suns, o empresário Rick Welts, 58, assumiu ser homossexual em reportagem especial publicada pelo "New York Times".
Repetiu o gesto do ex-jogador John Amaechi, que, em 2007, declarou sua orientação sexual. "Ninguém tratava deste assunto no esporte há quatro anos", disse Welts.
Em abril, Kobe Bryant também chamou o árbitro Bennie Adams de veado, para contestar uma marcação em jogo do Los Angeles Lakers contra o San Antonio Spurs, ainda na temporada regular.
Foi punido em US$ 100 mil (R$ 162 mil). Valor risível se comparado ao seu salário anual de US$ 24,8 milhões (R$ 40,5 milhões).
A NBA justificou os valores das multas explicando que Bryant pagou o dobro de Noah por usar de linguagem abusiva contra um árbitro.
A GLAAD (sigla em inglês para Aliança Gay e Lésbica contra a Difamação) apontou a homofobia como um problema grave na NBA. A liga deu início a uma campanha contra esse preconceito em rede nacional de TV.
Até o turrão Charles Barkley, uma das lendas do basquete americano, deixou sua opinião. "Todos na NBA já atuaram em times com gays. Eu prefiro um gay na minha equipe que saiba jogar do que um heterossexual que não saiba", disse Barkley.
"Nunca senti hostilidade por ser homossexual. Mas existe uma conspiração silenciosa na NBA sobre homossexualidade", avisou Rick Welts, do Phoenix Suns.
"Por isso, escolhi revelar minha história em meio aos playoffs, que é quando os EUA estão mais atentos à liga", declarou o empresário ao site da revista "Forbes".
O armador canadense Steve Nash, estrela do Phoenix Suns de Rick Welts, participou de vídeo da HRC (Comitê pelos Direitos Humanos) dizendo ser a favor do casamento entre homossexuais.
Joakim Noah desculpou-se pelo xingamento. "Eu havia feito minha segunda falta, estava frustrado. Ele [torcedor] disse algo desrespeitoso para mim, e perdi a calma", afirmou o filho do ex-tenista francês Yannick Noah.
"As pessoas que me conhecem sabem que sou um cara mente aberta, não estou aqui para magoar ninguém. Apenas para jogar basquete", disse, em entrevista no hotel em que os Bulls se hospedaram, em Miami.
NA TV
Dallas x Oklahoma City
22h
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FOLHA