Jaqueta de moletom com zíper semiaberto, bermuda de marca e boné de aba reta estrategicamente posicionado. Tudo isso – preferencialmente acompanhado de um “batidão” (corrente de prata com ou sem medalhão) – anuncia a chegada dos bondes.
Não sabe do que se trata? Nunca ouviu falar em “playsson”? E não faz ideia do que significam os termos “farpação”, “bling bling” e “stronda”? É possível que não, mas, para quem costuma frequentar os grandes shopping centers de Salvador, a presença desses grupos principalmente nos finais de semana, vestidos como a descrição acima e entretidos em uma cultura que parece ser só deles, já despertou, no mínimo, curiosidade. E, em alguns casos, mais que isso.
Apesar disso, nos últimos dois anos, já foram pelo menos cinco casos com desfecho violento relacionados de alguma forma com os bondes.
“Principalmente aos sábados, sempre ocorre de os seguranças dos shoppings trazê-los. Geralmente, por causa de baderna e até por pequenos furtos praticados contra outros adolescentes”.
Na delegacia da Pituba (16ª DT), responsável pela região de shoppings como o Iguatemi e o Salvador Shopping – preferidos dos bondes para encontros –, há relatos de brigas entre grupos rivais.
“Tive conhecimento de que eram gangues que marcavam pela internet. Isso, não aprofundamos, mas o que se sabe é que não são moradores daqui da região”, comentou a delegada titular da 16ª DT, Jussara Souza.
A reportagem tentou contatos seguidos com a assessoria de comunicação dos dois shopping centers citados, mas até o fechamento desta reportagem não houve resposta dos estabelecimentos.
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