domingo, 31 de julho de 2011

Bondes de jovens invadem shoppings de Salvador

Jaqueta de moletom com zíper semiaberto, bermuda de marca e boné de aba reta estrategicamente posicionado. Tudo isso  – preferencialmente acompanhado de um “batidão” (corrente de prata com ou sem medalhão)  – anuncia a chegada dos bondes.
Não sabe do que se trata? Nunca ouviu falar em “playsson”? E não faz ideia do que significam os termos “farpação”, “bling bling” e “stronda”? É possível que não, mas, para quem costuma frequentar os grandes shopping centers de Salvador, a presença desses grupos principalmente nos finais de semana, vestidos como a descrição acima e entretidos em uma cultura que parece ser só deles, já despertou, no mínimo, curiosidade. E, em alguns casos, mais que isso. 

Motivação - Playssons são os integrantes masculinos dos “bondes”, também chamados de “famílias” ou “barrêras”: forma recente de comportamento adolescente geralmente ligado a escolas e bairros da periferia de Salvador.Cheios de regras e características próprias, os bondes conseguem agendar reuniões com mais de 50 pessoas a partir de um simples click do mouse. De acordo com integrantes, muitas vezes a motivação é apenas ter mais amigos  para paquerar e conversar.

Apesar disso, nos últimos dois anos, já foram pelo menos cinco casos com desfecho violento relacionados de alguma forma com os bondes.

Apreensões - Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil, não há estatísticas oficiais sobre o tema, mas a titular da Delegacia do Adolescente Infrator (DAI),  Claudenice Maio, diz que  apreensão de integrantes de bondes tem sido  comum.

“Principalmente aos  sábados, sempre ocorre de os seguranças dos shoppings trazê-los. Geralmente,  por causa de baderna  e até  por  pequenos furtos praticados  contra outros adolescentes”.
Na delegacia da Pituba (16ª DT), responsável pela região de shoppings  como o Iguatemi e o Salvador Shopping – preferidos dos bondes para encontros –,  há relatos  de brigas entre grupos rivais.
“Tive conhecimento de que eram gangues que marcavam pela internet. Isso,  não aprofundamos, mas  o que se sabe   é que  não são moradores daqui da região”, comentou a delegada titular da 16ª DT, Jussara Souza.
A reportagem tentou contatos seguidos  com a assessoria de comunicação dos dois shopping centers citados, mas até o fechamento desta reportagem não houve resposta dos estabelecimentos.
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