De olho na defasagem da formação de mão de obra no Brasil, a Rolls-Royce estuda a possibilidade de investir na construção de um centro de treinamento no Rio de Janeiro. O objetivo é não somente capacitar os próprios funcionários, mas os seus clientes. O investimento no centro poderá ultrapassar os US$ 60 milhões.
A expectativa é que a decisão sobre o investimento saia dentro de até seis meses, informa o presidente para América do Sul, Francisco Itzaina.
O centro no Brasil poderá receber inclusive funcionários de outras unidades da companhia fora do país. Atualmente, a Rolls-Royce tem quatro outros centros de treinamento, sendo dois no Reino Unido, um nos EUA e o outro em Cingapura.
"Se construirmos o centro de fato, haverá cursos muito especializados sobre o funcionamento de nossos equipamentos e de nossos recursos", disse o presidente.
O centro de treinamento seria construído no terreno que acaba de ser adquirido pela Rolls-Royce para a construção de uma fábrica de turbogeradores, no Distrito Industrial de Santa Cruz. O terreno tem 103 mil metros quadrados, mas apenas cerca de 20 mil serão utilizados para a construção da unidade fabril.
Poderão ser oferecidos até 4 mil cursos por ano no centro de treinamento, segundo Itzaina. "Acreditamos que o país precisa disso e queremos dar a nossa contribuição, além de qualificarmos melhor nossos funcionários", disse.
Para a nova unidade de montagem de turbinas, haverá a geração de cerca de 100 postos de trabalho no Rio. Como a unidade deverá entrar em funcionamento no final de 2012, e a equipe já foi montada, a expectativa é que os funcionários sejam treinados em parceria com o Senai.
A unidade de turbinas receberá investimento de US$ 60 milhões e terá capacidade para produzir até dois conjuntos de turbinas simultaneamente, de acordo com o novo diretor regional da companhia para a América do Sul, Carlos Levy. Cada unidade leva quatro meses para ficar pronta. Os pacotes de geração serão completos e vão contar com turbina, caixa de engrenagem, entre outras partes.
Uma parte desse investimento será direcionada para a planta já existente em São Bernardo do Campo, que poderá passar a fazer reparo e manutenção dos equipamentos fornecidos pela Rolls-Royce. Atualmente, esse serviço é feito no Reino Unido, e a fábrica no Estado de São Paulo poderá fazer também.
"Você não pode considerar apenas o custo do equipamento. Hoje, em qualquer turbina, gasta-se mais em manutenção do que no equipamento propriamente dito", disse o presidente.
FOLHA