O serviço secreto russo FSB tem travado uma campanha reservada de ameaças contra diplomatas americanos e britânicos. A informação foi revelada no livro "Mafia State", do ex-correspondente do jornal britânico "Guardian", Luke Harding.
As técnicas usadas na campanha teriam sido desenvolvidas na época da KGB, o extinto serviço de espionagem da União Soviética.
Elas se baseiam especialmente na invasão das residências dos diplomatas ocidentais por agentes russos, que trocam objetos de lugar, abrem janelas e mudam horários de alarmes de relógios - deixando claro que o local foi invadido.
Segundo reportagem publicada hoje no "Guardian", o objetivo é causar um efeito psicológico para desmoralizar e intimidar as vítimas.
Mas as operações também incluem colocações de escutas nas residências, grampos telefônicos, vigilância das vítimas nas ruas e interceptação de sua correspondência eletrônica.
Além dos diplomatas, seriam alvos das operações funcionários russos de embaixadas estrangeiras, ativistas de oposição e ligados a organizações de direitos humanos e jornalistas.
Segundo o "Guardian", os governos americano e britânico sabem das operações, mas não fizeram críticas públicas para não dificultar ainda mais as já difíceis relações diplomáticas com o governo do premiê russo Vladimir Puting, que é um ex-coronel da extinta KGB.
Entre outras revelações, o livro diz ainda que entidades ligadas ao futebol russo foram alertadas com duas semanas de antecedências - supostamente pelo FSB - de que o país venceria a Inglaterra na disputa pela Copa do Mundo de 2018.
FOLHA