quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Casal da Gâmbia é condenado na Espanha por mutilação genital da filha

A Promotoria espanhola solicitou a prisão de um casal da Gâmbia que reside na Espanha por ter supostamente consentido e praticado a mutilação genital de sua filha quando ela possuía menos de um ano de idade.

A Justiça espanhola interpretou que a mutilação foi realizada na Espanha, já que a menina ainda não viajou para fora do país, embora os pais garantam que a prática foi realizada em seu país de origem e pelos avôs maternos.

A juíza María del Carmen Modrego - encarregada pelo caso que será julgado em Teruel, a província espanhola onde reside o casal -, explicou à imprensa que a mutilação genital foi detectada quando a menina completou 12 meses de vida.

Os pais da menor serão condenados a seis anos de prisão, uma pena considerada "gravíssima", segundo a juíza, que não solicitou a retirada da guarda da menina porque existe "uma boa relação de afetividade" entre eles.

O advogado de defesa, por sua vez, pede a absolvição de seus clientes alegando que a mutilação genital aconteceu fora do território espanhol e que foi realizada pelos avôs maternos da menor.

No entanto, segundo a juíza, a menina chegou à Espanha no dia 4 de setembro de 2009 e, desde então, não consta que tenha saído do país. Trata-se do primeiro caso de mutilação feminina que chega aos tribunais na Espanha.

A mutilação genital consiste na extirpação total ou parcial dos genitais externos por motivos culturais e não terapêuticos.

Segundo a Unicef, cerca de 70 milhões de meninas e mulheres foram submetidas à mutilação genital na África, embora nos últimos anos os casos tenham aumentando na Europa, Austrália, Canadá e nos Estados Unidos, como consequência da imigração.

EFE/FOLHA