O premiê grego, George Papandreou, anunciou em discurso na Tv, após reunião com o presidente Karolos Papulias para discutir a situação política do país, que renuncia nesta quarta-feira, mas não disse quem vai ficar no seu lugar.
No comunicado, ele afirmou que a Grécia fará tudo o necessário para continuar membro da zona do euro e demonstrará ao mundo que é um país capaz de se manter unido, apesar da crise econômica e financeira que enfrenta atualmente.
Sem dizer quem irá substitui-lo, ele explicou que sua decisão de pedir demissão oficialmente tem o intuito de facilitar o caminho para o novo governo de coalizão nacional, que deve comandar o país até as eleições programadas para o dia 19 de fevereiro.
Papandreou garantiu ainda que o país irá implementar o plano de resgate europeu acertado em outubro para balancear as contas nacionais e evitar um default (suspensão dos pagamentos) na Grécia.
A agência de notícias Reuters, citando fontes anônimas, disse que os principais partidos políticos gregos decidiram que o líder do Parlamento da Grécia, Filippos Petsalnikos, deve comandar o novo governo de união nacional.
Ontem, os ministros do gabinete de Papandreou colocaram à disposição do premiê seus cargos, medida que segue na direção da formação de um novo governo.
Quem assumir o poder na Grécia tem como meta principal fazer com que o acordo europeu de resgate ao país seja aprovado no Parlamento. Quem assumir, fica no poder até fevereiro de 2012, para quando foram agendadas eleições antecipadas na Grécia. A data marcada deve dar tempo suficiente para completar o prazo de redução da dívida do país, como parte de um acordo feito com a UE (União Europeia) em 26 de outubro.
A crise que abalou o governo veio na semana passada, após uma tentativa frustrada de Papandreou de convocar um referendo sobre o resgate europeu à Grécia.
RESGATE
Em reunião realizada na segunda-feira em Bruxelas, o grupo do euro impôs como condição que o novo governo se comprometa por escrito com um calendário de medidas de ajuste. Só então será entregue o sexto lance creditício de 8 bilhões de euros de parte da zona do euro e do FMI (Fundo Monetário Internacional), indispensável para evitar a quebra do país.
"Pedimos às novas autoridades da Grécia que enviem uma carta, firmada pelos dois partidos do novo governo", reafirmando seu compromisso com o plano de ajuda financeira recentemente acertado, disse o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker. Sem o dinheiro, a Grécia entrará em "default" em meados de dezembro.
Para apoiar países como Itália e Espanha, os ministros delinearam o fortalecimento do EFSF (sigla em inglês para Fundo Europeu de Estabilidade Financeira), visando ampliá-lo a um trilhão de euros.
FOLHA