Uma estátua de ferro de 400 kg desapareceu misteriosamente de um casarão na Glória, na zona sul do Rio, na madrugada desta quarta-feira. Ao perceber o sumiço os moradores do bairro chamaram a polícia.
A obra enfeitava a entrada do asilo São Cornélio, construção de 1868 tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e de propriedade da Santa Casa de Misericórdia. Atualmente, o casarão estava alugado para uma empresa particular, responsável por sua manutenção.
"O furto da estátua é muito curioso. Ela é 100% de ferro, tem apenas valor artístico. Não serve nem para derreter", explica o assessor do Iphan, Chico Cereto. "Isso deve ter sido furtado para embelezar a casa de campo de alguém que passou e viu o local abandonado".
O caso está a cargo do delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal do Rio. Para ele, além do sumiço da estátua é preciso investigar as condições de conservação do asilo. "Encontramos um quadro desolador. Parte do telhado está destruída, há infiltrações nas paredes [...]. O casarão está muito deteriorado".
Segundo o Iphan, a responsabilidade pela manutenção das obras tombadas é do proprietário. O órgão divulgou fotos da estátua para evitar que possíveis compradores adquiram uma obra roubada.
A assessoria da Santa Casa alegou que a manutenção deveria ser feita pela empresa que aluga o imóvel. A Folha não conseguiu falar com os inquilinos do São Cornélio.
FOLHA