Preso e torturado durante a ditadura militar, o assessor especial do Ministério da Defesa, ex-deputado José Genoino, defendeu nesta sexta-feira (18) que ex-presos políticos não devem ser indicados para integrar a Comissão da Verdade.
"Colocar ex-preso político não dá certo", disse. Genoino, que foi preso quando participava da Guerrilha do Araguaia, afirmou que, além de ligações políticas, ideologias devem ser evitadas no grupo.
O ex-deputado petista afirmou que a possível escolha de militares na reserva e ex-militantes políticos podem dificultar o trabalho do colegiado. "É um impasse permanente", disse.
Genoino exemplificou que embates ideológicos emperraram discussões na Comissão de Mortos e Desaparecidos do Ministério da Justiça.
O assessor da Defesa também defendeu que a escolha dos sete integrantes da comissão seja feita pela própria presidente Dilma Rousseff.
A Comissão da Verdade foi sancionada pela presidente na manhã de hoje e pretende investigar os crimes contra os direitos humanos cometidos entre 1946 e 1988.
VALOR/FOLHA