sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Líder indígena é assassinado por pistoleiros encapuzados em Mato Grosso do Sul

O líder guarani-caiová Nísio Gomes foi assassinado na manhã desta sexta-feira (18) por homens encapuzados, entre as cidades de Amambai e Ponta Porã, Mato Grosso do Sul.

Segundo informações preliminares da Funai (Fundação Nacional do Índio), o ataque aconteceu enquanto um grupo de cerca de 60 índios acampava dentro de uma fazenda à beira da rodovia MS-386. Os homens abriram fogo contra o acampamento, atingindo alguns índios com balas de borracha.

A coordenação regional da Funai em Ponta Porã afirmou, com base nos depoimentos dos acampados, que Gomes, 59, levou um tiro na cabeça.

O conselho guarani Aty Guassu afirmou que duas outras pessoas, uma mulher e uma criança de cinco anos, também foram mortas e tiveram seus corpos levados juntamente com o de Gomes. A Funai não confirma a informação, e está considerando ambas como "desaparecidas" por enquanto.

O grupo de caiovás está acampado desde o dia 1º numa área conhecida como Ochokue/Guaiviry, uma das aldeias que os guaranis reconhecem como território tradicional e tentam retomar - e que hoje estão ocupadas por fazendas.

Guaiviry é uma das áreas incluídas pela Funai nos processos de identificação de terras tradicionais guaranis, iniciados em 2008. A região do sul de Mato Grosso do Sul é o palco mais grave de conflitos entre indígenas e fazendeiros do Brasil.

A Funai informou que a Polícia Federal e a Polícia Civil já estão no local. O presidente da Funai, Márcio Meira, por enquanto não tem planos de ir ao local do assassinato.

FOLHA