segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Apenas 57 empresas brasileiras têm investimento na China


A China tornou-se o principal parceiro do Brasil nas relações comerciais, mas isso não contribuiu para alterar o perfil dos investimentos diretos brasileiros no país asiático.

Levantamento do Conselho Empresarial Brasil-China identificou apenas 57 empresas brasileiras com investimento na China, sendo que 51% são prestadoras de serviços, 28% ligadas a indústria e 21% são sobretudo representantes de companhias com produtos baseados em recursos naturais, como mineração e energia.

"O volume de investimento é pequeno e pouco dinâmico", diz Claudio Frischtak, consultor do conselho e coordenador do levantamento. Ele lembra que os investimentos brasileiros se dividem em 26 diferentes atividades. "Mas não há profundidade. Ou seja, em nenhuma das atividades o investimento brasileiro pode ser considerado importante na China".

Segundo o estudo, os brasileiros investem ainda muito pouco na China. 

Apenas 0,06% dos investimentos diretos totais do Brasil no exterior nos últimos dez anos teve a China como destino. E dentre os investimentos diretos que a China recebeu no mesmo período, o Brasil tem fatia de apenas 0,04%.

O estoque total de investimentos estrangeiros na China ao fim de 2010 era de US$ 1,1 trilhão. Isso mostra, diz Frischtak, que o comportamento do investimento brasileiro evoluiu de forma dissonante ao da evolução das exportações. "O Brasil é um ator marginal e as empresas brasileiras, além de serem em número pequeno, exercem papel secundário".

O economista lembra que nas últimas décadas a China passou a aplicar uma política de atração de investimentos. O governo chinês, porém, diz, usa, dentro dessa política, "filtro e qualificação" do investimento externo. 

Ou seja, há uma forte regulação do governo, o que pode criar obstáculos para a implantação de investimentos. Para ele, porém, o investidor brasileiro precisa planejar e persistir para ter acesso a esse mercado.

VALOR/FOLHA