Em um ano em que o desempenho da economia foi afetado pela crise internacional, o governo contou com negócios de compra e venda de empresas nacionais para reforçar o caixa, informa reportagem de Lorenna Rodrigues publicada na edição desta segunda-feira da Folha
Apesar de os valores globais de operações de fusão e aquisição terem caído, especialistas apontam um filão que continua em alta e gerando pagamento significativo de Imposto de Renda. São as operações feitas entre empresas brasileiras, em que uma maior compra outra com poucos sócios e muito potencial de crescimento, tipicamente familiares. Essas transações já são 42% do total.
De janeiro a outubro, o pagamento do Imposto de Renda sobre ganhos de capital, feito por pessoas físicas, saltou 88%, somando R$ 6,1 bilhões - maior valor da história -, ante aumento de apenas 13% no mesmo período do ano passado.
Segundo a Receita, esse crescimento se deveu principalmente aos recolhimentos feitos por sócios de empresas que foram vendidas. Quando vende sua participação em uma empresa, o dono tem que pagar 15% ao leão sobre o ganho obtido.
De acordo com o coordenador-geral de Estudos e Previsões da Receita, Raimundo Eloi de Carvalho, apesar de esse tributo incidir também sobre a venda de bens duráveis, como imóveis, as operações societárias foram o carro-chefe da receita neste ano.
FOLHA