O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou nesta quarta-feira a fusão entre as empresas Citrovita (do grupo Votorantim) e da Citrosuco (do grupo Fischer), que criou a maior produtora de suco de laranja do mundo.
O órgão, porém, impôs restrições à operação.
O relator, conselheiro Carlos Ragazzo, afirmou que a fusão poderia ser prejudicial a produtores da fruta porque dá muito poder de barganha à nova empresa na aquisição do insumo.
"A operação pode resultar em prejuízos também ao consumidor dado o poder de compra [da empresa]", afirmou Ragazzo.
Por conta disso, o conselho impôs a assinatura de um termo pelo qual as empresas Citrovita e Citrosuco se comprometeram a não aumentar, por cinco anos, as áreas de plantação própria de laranja, como forma de preservar o mercado dos produtores independentes.
Além disso, as empresas terão de repassar aos agricultores uma série de informações, entre elas o volume de produção própria, os preços médios do suco de laranja no mercado externo e o rendimento médio de suco por caixa entregue.
Segundo o conselheiro, essas informações darão mais condições para os produtores estabelecerem preços para a laranja vendida.
Os dados terão que ser repassados por um período de dez anos aos agricultores do setor.
NEGÓCIO
A fusão das duas empresas foi anunciada em maio do ano passado.
Com a operação, elas ultrapassaram a Cutrale, então líder no mercado global, e alcançaram 25% de participação na produção de suco de laranja em todo o mundo, com vendas anuais de R$ 2 bilhões.
No Brasil, a fatia das duas empresas soma 45%, enquanto a Cutrale, segunda colocada, tem 35%.
A companhia tem seis fábricas no Brasil e uma nos Estados Unidos, além de oito terminais portuários, sendo dois no país.
Um ano depois de anunciada a fusão, em maio deste ano, a União Europeia deu o aval à operação.
FOLHA