segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Conta de Twitter causa indignação após comentários racistas


Uma conta de Twitter causa indignação entre os usuários da rede após postar mais de 100 comentários racistas nas últimas 24 horas.

A conta, que pode ser falsa ou ter sido roubada, usa a foto de uma jovem loira, supostamente uma publicitária de São Paulo que faz críticas a negros, nordestinos e homossexuais. O perfil já tem mais de 16 mil seguidores.

"FICO COM MENINAS MAS NÃO FICO COM NEGROS. Pronto. Garotas e meninos brancos são limpos, negros não", diz um deles.

"Nordestalho imundo, só sabe fazer filho. É igual a preta aqui de SP, com cabelo ruim e ainda quer ter moral. Moral de preto, nem na cozinha", diz outro.

Muitos usuários responderam xingando o autor dos comentários. "Vc é uma mal amada, o lixo humano do universo", disse um deles.

Mas também havia perfis que apoiavam a suposta publicitária, dando indícios de uma ação conjunta.

Segundo Thiago Tavares, presidente da Safernet Brasil, associação que monitora violações de direitos humanos na internet, o perfil pode ter sido criado por neonazistas para disseminar conteúdo racista. O grupo pode ter usado um programa para aumentar artificialmente o número de seguidores, segundo Tavares.

"Temos acompanhado vários casos de perfis falsos usados por grupos neonazistas. Eles roubam a senha de algum usuário ou criam um perfil falso, geralmente usando fotos de meninas bonitas achadas em redes sociais, e as contas são usadas para disseminar preconceito e angariar simpatizantes", disse ele.

Tavares diz que a associação já conseguiu identificar uma célula dos grupos neonazistas que, segundo ele, se concentram em São Paulo e nos Estados do Sul do Brasil. Entre os alvos das ofensas, estão também mulheres, imigrantes e judeus.

Entre as facções investigadas, figura uma que atua com nome de Homem Sancto e se organiza em torno de um fórum homônimo na internet. No Twitter, a conta Homem Sancto comenta: "toda mulher é puta. seja aqui ou na china".

A reportagem tentou falar com a assessoria do Twitter no Brasil, mas até as 19h ninguém havia respondido.

FOLHA