segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Jornais da Geórgia pedem a presidente que 'não mate a imprensa'


Praticamente todos os jornais da Geórgia pediram nesta segunda-feira, na primeira página de suas publicações, que o presidente do país, Mikheil Saakashvili, "não mate a imprensa", que agoniza financeiramente pelo desaparecimento da quase totalidade das bancas de jornais da capital georgiana.

"Presidente Saakashvili, não mate a imprensa", titularam quase todas as manchetes do país para explicar que, no último mês, sobraram poucos dos 150 quiosques de jornal que havia em Tbilisi.

O redator-chefe do jornal "Resonansi", Lasha Tugushi, escreveu na edição desta segunda-feira que "este ataque reacionário das autoridades contra a imprensa livre se explica pela proximidade das eleições parlamentares".

Segundo publicaram os principais jornais do país, tanto as publicações como as distribuidoras de encontram à beira da bancarrota pela polêmica campanha de reordenação do mercado iniciado pela prefeitura da capital.

As autoridades municipais iniciaram em novembro uma campanha pública chamada "Mil quiosques novos", pela qual ordenaram o desmantelamento de todos os pontos de venda de jornais para substituí-los por outros novos, cuja exploração foi definida por meio de disputas públicas.

As primeiras disputas pela exploração dos novos pontos de venda já foram realizadas e foram vencidas, segundo o "Resonansi", por grandes companhias próximas das autoridades do país.

Apesar de a prefeitura afirmar que a medida visa incentivar a atividade de pequenas e médias empresas e que os vencedores poderão vender jornais e revistas, a imprensa lembra que a venda de publicações escritas não será obrigatória nos novos quiosques.

REUTERS/FOLHA