As ideologias que propugnam a austeridade fiscal e que dominam o discurso político europeu são o principal obstáculo para sair da crise atual, afirmou nesta segunda-feira o economista da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento), Heiner Flassbeck.
"Todos [os países] têm recursos suficientes [para sair da crise] mas estão bloqueados por certas ideologias e uma fobia à dívida pública, que é a razão pelo qual a União Europeia não tem sido capaz de ajudar de maneira estruturada os países com problemas", disse o chefe da Divisão de Globalização e Estratégias de Desenvolvimentos do organismo.
Em uma conferência de imprensa para apresentar as estatísticas atualizadas da Unctad, o economista afirmou que os países europeus, Estados Unidos e Japão, principalmente, estão sob risco de cair numa "recessão profunda ou na estagnação [econômica] permanente".
Seu pessimismo, acrescentou, está baseado no fato de que o componente mais importante da economia, o consumo privado, está deprimido e vai seguir dessa forma como consequência das altas taxas de desemprego e da pressão sobre os salários reais, que foram deprimidos, e no melhor dos casos, estão estagnados.
EFE/FOLHA