terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Policiais paulistas são suspeitos de sumir com 300 kg de cocaína


Transformar 300 kg de cocaína pura numa montanha de um pó branco sem um só grama do entorpecente. Essa é a suspeita da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo contra uma equipe do Denarc (narcóticos), considerado um dos setores de elite da Polícia Civil paulista.

A investigação da Corregedoria aponta que a equipe - o número de policiais não foi divulgado - monitorava uma negociação de cocaína entre traficantes brasileiros e produtores da droga na Bolívia.

Ao descobrir que a cocaína havia entrado no Brasil, escondida em um caminhão que trafegou pelo Mato Grosso e pelo Mato Grosso do Sul, os policiais civis interceptaram o veículo nos limites de São Paulo.

Ao seu chefe imediato, o delegado Eymard Bertho Ferreira Junior, a equipe disse ter apreendido 300 kg de cocaína pura. A informação foi repassada do delegado para a chefia do Denarc.

Mas as suspeitas começaram quando os policiais levaram o pó branco para a perícia, que constatou não haver um só grama da droga naquela pequena montanha de pó.

Por conta da suspeita de os 300 kg de cocaína terem sidos trocados, Ferreira Junior e seus subordinados foram afastados. A reportagem não localizou na noite de ontem o delegado.

Após a perícia contradizer os investigadores do Denarc, os policiais mudaram a versão para a apreensão dos 300 kg de cocaína e passaram a sustentar que a localização daquele pó branco "era estratégia dos traficantes para desviar a atenção" do Denarc.

Em 1999, policiais civis que atuavam em Campinas (93 km de SP) foram investigados sob a suspeita de participação no furto de 340 kg de cocaína armazenados no IML (Instituto Médico Legal).

FOLHA