quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Próxima safra de cana terá mais 4,5% em área de moagem

A área de cana-de-açúcar destinada à moagem terá aumento de 4,5% no próximo ano, de acordo com o Canasat, sistema de satélite que monitora 160 usinas do centro-sul.

Os números foram apresentados nesta quarta-feira por Luiz Antonio Dias Paes, gerente de produtos do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) na Cana Show, em Piracicaba (160 km de SP).

A área de moagem representa a cana-de-açúcar em estágio de desenvolvimento que pode ser aproveitada industrialmente. A cana tem ciclo de desenvolvimento de dois a três anos.

Segundo Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), o número é insuficiente para cobrir a demanda por açúcar e, principalmente, álcool, já que o total de veículos flex já atingiu 51% da frota atual, segundo ele.

"Tivemos incrementos significativos em plantio, mas essa somatória ainda não traz equilíbrio ao canavial no nível de plantio esperado", disse Rodrigues.
A projeção é que em 2020 a frota de flex chegue a 81% dos veículos no país, o que demanda 28 bilhões de litros de etanol. Atualmente, as usinas do centro-sul produzem 11 bilhões, afirmou Rodrigues.

"Seriam necessários 530 milhões de toneladas de cana em 2015 e 823 milhões de toneladas em 2020", afirmou.

Rodrigues criticou as expectativas de safra já divulgadas por consultorias, que estimam que a colheita do próximo ano não deve ultrapassar os 515 milhões de toneladas. Para ele, essas previsões atendem a interesses "do mercado", já que o açúcar é cotado na Bolsa de Nova York e uma baixa previsão de produção pode elevar o preço do produto.

Ele disse que é possível processar mais 160 milhões de cana apenas melhorando a produtividade da atual área de plantio e a capacidade industrial instalada.

"Temos capacidade instalada de [processar] 750 milhões de toneladas de cana no país. Com zero de investimento, somente focando em canavial, podemos crescer a oferta de cana em 160 milhões de toneladas, o que vai para [a produção de] etanol hidratado", disse Rodrigues.

Para isso, bastaria aplicar as tecnologias já desenvolvidas em tipos de cana e trato da plantação, segundo ele.

Apesar disso, o diretor não quis estimar o quanto a produção pode se elevar para a próxima safra. "É muito cedo para projetar. Ainda há indústrias processando", disse. A estimativa de safra da Unica sai só entre março e abril do ano que vem.

FOLHA