quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Vigilância Sanitária manda incinerar tecidos importados dos EUA


A Vigilância Sanitária de Pernambuco determinou nesta quarta-feira (28) a incineração das cerca de 50 toneladas de tecidos importados dos EUA e classificadas como lixo hospitalar, estocadas em três depósitos interditados da empresa Império do Forro de Bolso, no Agreste do Estado.

A determinação, publicada na edição de hoje do "Diário Oficial" de Pernambuco, ocorre dias após a Polícia Federal confirmar ter encontrado sangue nas amostras de tecidos analisados pelo INC (Instituto Nacional de Criminalística).

Em três portarias, a Vigilância Sanitária informa que a pena foi decidida porque a empresa armazenou, manipulou, segregou, reciclou e vendeu "peças de tecidos já utilizadas em serviços relacionados com a assistência à saúde, classificadas como resíduos de serviços de saúde".

Ainda segundo as portarias, a empresa também não obedeceu as condições de manejo do material nas fases de acondicionamento, manuseio e armazenamento e não garantiu a segurança dos seus funcionários, que manipularam o produto.

O esquema de importação do lixo hospitalar foi descoberto após a Receita Federal interceptar, entre os dias 11 e 13 de outubro, no porto de Suape (PE), dois contêineres carregados com lençóis, fronhas e toalhas usados em hospitais dos EUA. Junto com tecidos manchados de sangue havia seringas, drenos e máscaras cirúrgicas usados.

No dia 14, a Folha encontrou lençóis semelhantes, manchados e com marcas de hospitais americanos, à venda em uma loja da Império do Forro de Bolso, em Santa Cruz do Capibaribe. A Vigilância Sanitária interditou o local. Dias depois, os outros dois galpões da confecção foram fechados.

O dono da Império do Forro de Bolso, Altair Teixeira de Moura, disse que o lixo hospitalar foi enviado por engano. Segundo ele, a empresa havia encomendado apenas tecidos de algodão com defeito, para a fabricação de forros de bolso.

Segundo o diretor-geral da Vigilância Sanitária de Pernambuco, Jaime Brito, o empresário terá 15 dias para recorrer da decisão ao Secretário Estadual da Saúde, Antônio Figueira.

FOLHA