A emissora pública britânica BBC expressou nesta terça-feira em comunicado sua preocupação pela liberdade de imprensa no Irã, após a detenção de várias pessoas pela suposta colaboração com seu serviço de informação em persa.
Segundo a agência iraniana Mehr, os detidos "trabalhavam em segredo para o serviço da BBC em língua persa e publicavam notícias e informações do Irã para essa emissora".
Em resposta a essa afirmação, a BBC garantiu que nenhum membro de seu serviço persa trabalha no Irã e manifestou sua preocupação pela liberdade de expressão nesse país.
As últimas informações "deveriam ser de preocupação para todos os que acreditam em um meio de comunicação livre e independente", destacou a nota.
De acordo com o canal britânico, as autoridades iranianas estão fazendo uma campanha de intimidação e detenção de pessoas que possam estar vinculadas ao serviço em persa da BBC.
A Mehr não divulgou o número de presos nem quando aconteceram as detenções, mas afirmou que os detidos recebiam dinheiro da emissora.
"NOTÍCIAS FALSAS"
Em novembro, outro suposto colaborador da BBC, Hassan Fahi, foi detido no Irã e acusado de divulgar notícias falsas sobre Teerã e tentar manipular a opinião pública do país.
A BBC não tem escritório no Irã desde que seu correspondente foi expulso do país em 2009, durante a repressão dos protestos contra a polêmica reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad.
No sábado, a imprensa britânica anunciou que familiares que vivem no Irã da equipe da BBC que trabalha em Londres foram presos e ameaçados pelos serviços secretos iranianos.
Esses incidentes ocorrem em um momento de tensão entre o Reino Unido e o Irã depois que Londres decidiu fechar sua embaixada em Teerã em novembro devido aos ataques à representação diplomática por um grupo de manifestantes, que expressaram seu descontentamento pelas sanções contra seu país por seu programa nuclear.
A embaixada iraniana em Londres foi fechada e seus funcionários expulsos do Reino Unido, além da Press TV, a emissora estatal iraniana em língua inglesa, que perdeu sua licença para operar pela Ofcom (organismo regulador dos meios de comunicação).
EFE/FOLHA
