sexta-feira, 13 de abril de 2012

EUA cancelam ajuda humanitária a Coreia do Norte


A Casa Branca e o Departamento de Estado Americano anunciaram nesta sexta-feira que os Estados Unidos vão cancelar o envio de ajuda alimentar e humanitária à Coreia do Norte, iniciada em fevereiro, por causa do lançamento de um foguete na manhã desta sexta-feira.

De acordo com o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, o lançamento é suficiente para quebrar o acordo feito entre os dois países em fevereiro, quando Pyongyang se comprometeu a suspender o programa nuclear do país.

Em seguida, o representante da Casa Branca, Ben Rhodes, disse que que a ação do regime comunista "demonstra claramente que os Estados Unidos não podem confiar no país para manter seus compromissos".

A ajuda humanitária estava suspensa desde 28 de março, dias após a Coreia do Norte anunciar sua intenção de lançar o foguete. Os americanos se comprometeram a enviar 240 mil toneladas de alimentos, que não chegaram a ser enviadas.

"Se não podemos confiar que um governo mantenha seu compromisso numa área, também não podemos confiar que faça isso em outra", considerou Toner. "E francamente, não podemos confiar que a ajuda entregue aos norte-coreanos vá parar em mãos adequadas", acrescentou.

CONSELHO DE SEGURANÇA

Mais cedo, o Conselho de Segurança da ONU lamentou o lançamento do foguete norte-coreano, realizado às 7h39 locais (19h39 de quinta em Brasília), denunciando que "violou resoluções" do órgão máximo das Nações Unidas.

"Os membros do Conselho de Segurança lamentam este lançamento, que viola resoluções deste Conselho de Segurança", disse à imprensa a embaixadora americana perante a ONU, Susan Rice, em uma pausa da reunião de emergência convocada em Nova York pelo órgão máximo da ONU.

O foguete caiu um minuto após a decolagem, em uma área no mar Amarelo a 190 km de Gunsan, no oeste da Coreia do Sul. Seul e Washington consideram que o lançamento foi um teste para o míssil Taepodong-2, que a Coreia do Norte está tentando desenvolver e que já testou em julho de 2006 e abril de 2009.

Apesar do fracasso, as potências ocidentais condenaram imediatamente a ação do regime de Pyongyang e convocaram esta reunião do órgão máximo das Nações Unidas.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou em uma declaração por escrito que o "lançamento é uma violação direta" de uma resolução da ONU.

CHINA

O governo chinês voltou a pedir "calma" à comunidade internacional nesta sexta-feira após o exercício espacial norte-coreano.

"Dadas as circunstâncias atuais, qualquer decisão deve ter o objetivo de garantir a paz e a estabilidade do leste asiático e da península norte-coreana", disse hoje o porta-voz da Chancelaria chinesa, Liu Weimin, em entrevista coletiva em Pequim.

Liu evitou responder se a China acredita no "verdadeiro fracasso do teste", e, sem modificar em nada a postura do Governo de Pequim nas últimas semanas, manteve o discurso de "calma" com relação à Coreia do Norte.

EFE/FOLHA