A Polícia Federal em Pernambuco indiciou 55 pessoas sob suspeita de contrabando de toxina botulínica, popularmente conhecida como botox.
Entre os indiciados estão 43 médicos e donos de clínicas de estética em cinco Estados, que supostamente aplicavam o produto em pacientes.
Segundo o inquérito concluído nesta quinta-feira, o produto não era fiscalizado nem autorizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e oferecia riscos à saúde.
Doze empresários e comerciantes também foram indiciados. Oito deles foram presos e dois tiveram os passaportes apreendidos e não poderão deixar o país.
A PF não informou se houve prisão de médicos. Nenhum dos alvos da operação, denominada Narke, teve o nome revelado.
De acordo com a PF, um dos médicos atua em São Paulo, mas a maioria trabalha em Estados do Nordeste: Pernambuco (27), Paraíba (dez), Piauí (três), Rio Grande do Norte (um).
Eles serão indiciados sob suspeita de contrabando, crime contra a saúde pública e contra a ordem tributária.
A PF diz acreditar no envolvimento de mais profissionais de saúde, pois identificou nomes de outros clientes em casas de contrabandistas.
A origem da mercadoria só será confirmada após conclusão de laudo técnico.
De acordo com as investigações, o botox entrava no Brasil de duas maneiras: ou empresários paulistas viajavam para o exterior e traziam a substância ou o produto chegava ao país misturado a importações legais.
Já em território nacional, a mercadoria era vendida por contrabandistas de São Paulo, Pernambuco, Paraíba e Minas Gerais.
A PF também descobriu estabelecimentos sem alvará sanitário vendendo produtos como metacrilato (substância para preenchimento da massa muscular), cânulas e próteses de silicone. A PF diz que a mercadoria era armazenada sem condições adequadas de conservação.
A pena para os envolvidos pode chegar a 15 anos de prisão.
FOLHA