quinta-feira, 3 de maio de 2012

América Latina recebe investimento estrangeiro direto recorde, diz Cepal


A América Latina recebeu em 2011 uma cifra recorde de IED (Investimento Estrangeiro Direto), de US$ 153 bilhões, o que representa 10% do fluxo mundial no período, informou nesta quinta-feira a Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe).

A apresentação dos dados foi feita nesta quinta-feira em Santiago, sede do organismo ligado à ONU.

Em 2010, América Latina recebeu US$ 120,880 bilhões, contra US$ 81,589 bilhões em 2009.

A máxima histórica anterior foi de 2008, quando os ingressos totalizaram US$ 137,001 bilhões.

"Trata-se de um montante histórico, que poderá ser superado este ano", informou a Cepal.

Segundo as previsões da Cepal, o IED na América Latina flutuará este ano entre uma queda de 2% e um aumento de 8%.

"Apesar da incerteza que ainda reina nos mercados financeiros globais, as economias da América Latina e do Caribe atraíram significativos volumes de investimento estrangeiro direto em 2011, que devem se manter altos em 2012", disse a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, ao apresentar o relatório em Santiago.

Em 2011, 46% dos ingressos do IED corresponderam ao setor de utilitários, o que, segundo a Cepal, "reflete a confiança das empresas transnacionais e as oportunidades de negócios na região", que no ano passado apresentou expansão de 4,3%.

Para 2012, a Cepal prevê uma leve desaceleração das economias latino-americanas, com uma expansão média de 3,7%, em meio a um "entorno ainda mais turbulento e incerto", devido ao "baixo crescimento dos países desenvolvidos", de acordo com um relatório anterior do organismo de dezembro passado.

Os fluxos de investimento podem ser levemente impactados. "Se a crise na zona do euro adquirir dimensões maiores é possível que os investimentos sejam revertidos, especialmente os europeus", mas a cifra continuará sendo alta, disse a Cepal.

BRASIL NA FRENTE

O país que mais recebeu investimentos foi o Brasil, com US$ 66,660 bilhões equivalentes a 43,8% do total, seguido por México, com US$ 19,440 bilhões; Chile, com US$ 17,299 bilhões, e Colômbia, com US$ 13,234 bilhões.

O Peru recebeu US$ 7,659 bilhões, a Argentina US$ 7,243 bilhões, a Venezuela US$ 5,302 bilhões de dólares e o Uruguai US$ 2,528 bilhões.

No caso de Brasil, Chile, Colômbia, Peru e Uruguai as cifras constituem recordes históricos.

Na América Central, a renda do IED aumentou 36% com relação a 2010, com destaque para os montantes recebidos por Panamá (US$ 2,790 bilhões), Costa Rica (US$ 2,104 bilhões) e Honduras (US$ 1,014 bilhões). No Caribe, as entradas subiram 20% em comparação com o ano anterior, liderado por República Dominicana, com US$ 2,371 bilhões.

FOLHA