Em mais um sinal de desaceleração da economia, a produção industrial recuou 3% no primeiro trimestre na comparação com igual período de 2011. Com relação ao último trimestre de 2011, a queda foi de 0,5% - na série com ajuste sazonal.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Na comparação mensal, a indústria recuou 0,5% em março na relação com fevereiro. Na comparação com março de 2011, a produção diminuiu 2,1% - o sétimo resultado negativo.
No acumulado dos últimos 12 meses, houve recuo de 1,1%, registrando mais uma baixa na trajetória de quedas que vem desde outubro de 2010.
QUEDA EM 18 SETORES
O recuo de 0,5% foi influenciado pela queda generalizada de 18 dos 27 setores pesquisados pelo IBGE.
Setores importantes da indústria tiveram quedas acentuadas, como material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-6,9%), produtos de metal (-3,4%), refino de petróleo e produção de álcool (-3,6%), indústrias extrativas (-1,8%) e farmacêutica (-2,1%), outros produtos químicos (-2,3%) e equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (-10,1%).
Entre as nove atividades que avançaram a produção nesse mês, a principal influência sobre o total da indústria ficou com veículos automotores (11,5%), que acumulou expansão de 26,2% em dois meses consecutivos de resultados positivos, atenuando, assim, parte da queda de 31,2% verificada em janeiro.
SINAIS
O setor industrial, apesar dos esforços do governo, já vinha dando sinais de que ainda patina. Por exemplo, o Índice de Gerentes de Compras de Produção Industrial (PMI, na sigla em inglês) do instituto Markit divulgado na quarta-feira recuou para 49,3 em abril, ante 51,1 em março.
Ao ficar abaixo da marca de 50 pontos, que separa contração da expansão, depois de três meses seguidos acima desse nível, o índice aponta para "a primeira deterioração nas condições operacionais do setor industrial em 2012", segundo o instituto.
Recentemente, o governo lançou um pacote de estímulo à indústria que englobou desde a desoneração da folha de pagamentos de alguns setores até novos aportes oficiais ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), de R$ 45 bilhões. O objetivo é garantir um crescimento da economia brasileira na casa de 4% neste ano.
REUTERS/FOLHA
