quinta-feira, 3 de maio de 2012

Rio Solimões enche e cidade do Amazonas improvisa hospital em balsa


Com 75% do território inundado pelas águas do Rio Solimões, a Prefeitura de Anamã (165 km a oeste de Manaus) está abrigando famílias, um hospital e até o lixo da cidade dentro de embarcações por causa da cheia do Rio Solimões.

O município estuda decretar calamidade pública.

O hospital foi transferido para uma balsa de ferro de dois andares. Outra embarcação está sendo utilizada como depósito de lixo.

O prefeito Jecimar Matos (PSD) disse que não conseguiu resolver a situação da delegacia, que está metade submersa, com 13 presos.

Outro problema, segundo o prefeito, é o surgimento de um caso de doença de Chagas. Uma mulher foi transferida para tratamento no hospital de doenças tropicais de Manaus.

Ontem, o rio Solimões estava com 13,63 metros - 53 cm acima do nível de emergência e com tendência de vazante (descida das águas). O problema é que as águas só devem baixar na cidade daqui a 60 dias, segundo o Serviço Geológico do Brasil, que monitora os rios amazônicos.

DESABRIGADOS

Segundo a Prefeitura de Anamã, 18 famílias (90 pessoas) atingidas pela enchente do Solimões estão alojadas em um barco de madeira alugado pelo município. A embarcação tem capacidade para 200 pessoas e está ancorada no porto da cidade, de 10.214 habitantes.

As 34 escolas públicas do município tiveram as aulas suspensas.

No Amazonas, 38 municípios decretaram situação de emergência por causa das cheias, incluindo Anamã.

Ao todo, há 321.200 pessoas afetadas (64.240 famílias) pelas inundações dos rios Solimões, Juruá, Purus, Madeira e Negro.

Em Manaus, 3.050 casas (onde moram 16.325 pessoas) foram inundadas pelas águas do rio Negro, segundo a Defesa Civil. A prefeitura construiu 2.649 pontes de madeira em áreas alagadas.

Ontem, o rio estava com 29,30 metros - se subir mais 47 cm, chega ao recorde de 29,77 m, registrado em 2009.

FOLHA