sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Na TV, Dilma anuncia redução de 16,2% na conta de luz e ataca gestão tucana


Em pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, a presidente Dilma Rousseff anunciou na noite desta quinta-feira a redução em 16,2% na tarifa de energia para os consumidores residenciais e de até 28% para o setor industrial.

Os índices foram antecipados em reportagem da Folha publicada hoje (6/9).

A presidente aproveitou o pronunciamento, por ocasião do Dia da Independência, para defender o modelo de concessões à iniciativa privada adotado em sua gestão e atacar indiretamente o modelo de privatizações do governo tucano.

"Ao contrário do antigo e questionável modelo de privatização de ferrovias, que torrou o patrimônio público para pagar dívidas e ainda terminou por gerar monopólio, privilégios, frete elevado e baixa eficiência, o nosso sistema de concessão vai reforçar o poder regulador do Estado, para garantir qualidade, acabar com os monopólios e assegurar o mais baixo custo de frete possível", disse Dilma ao destacar os investimentos de R$ 133 bilhões em rodovias e ferrovias anunciados em agosto.

Segundo a presidente Dilma, a medida anunciada hoje será "a mais forte redução que se tem notícia neste país das tarifas de energia elétrica". A intenção é que ela tenha efeito já em 2013.

"Essa queda no custo da energia elétrica tornará o setor produtivo ainda mais competitivo. Os ganhos sem dúvida serão usados tanto para a redução de preços para o consumidor brasileiro como para os produtos de exportação, o que vai abrir mais mercados dentro e fora do país", afirmou Dilma, num discurso de 11 minutos.

CONCESSÕES

A declaração de Dilma sobre a política de concessões adotada no passado ocorre dias depois de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso escrever um artigo criticando o governo do ex-presidente Lula, do qual Dilma foi uma das principais integrantes.

No texto, publicado no fim de semana passado nos jornais "O Estado de S. Paulo" e "O Globo", FHC cita o episódio do mensalão, a "desorientação da política energética" de Lula e a "crise moral" no primeiro ano de gestão de Dilma.

Dilma, que no governo Lula foi ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, soltou uma nota em resposta a FHC para defender o legado do ex-presidente petista e rebater as críticas feitas pelo tucano.

Ainda no pronunciamento desta quinta, a presidente destacou a criação da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), que, na avaliação dela, "promoverá uma completa revolução no setor de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos", além de restabelecer a capacidade de planejamento, construção, integração e modernização do setor.

Dilma destacou também que o plano anunciado pelo governo federal significa um novo tipo de parceria entre poder público e a iniciativa privada: "Trará benefícios para todos os setores da economia e para todo o povo brasileiro".

NOVO SALTO

A presidente disse que o Brasil passou por uma "redução temporária no índice de crescimento", mas que o país passa por um "novo salto" de crescimento devido à união de fatores como equilíbrio fiscal e distribuição de renda.

"Esse modelo produziu efeitos tão poderosos na economia e na vida das pessoas que nem mesmo a maior crise financeira da história conseguiu nos abalar fortemente", disse. "Não se surpreendam que esta nova arrancada se dê no mesmo momento em que o mundo se debate em um mar de incertezas. Isso não ocorre por acaso", afirmou.

FOLHA DE S. PAULO