segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Em protesto, França e Reino Unido convocam embaixadores de Israel


A França e o Reino Unido convocaram nesta segunda-feira os embaixadores de Israel em Paris e Londres para conversas em protesto contra a decisão do Estado judaico de expandir os assentamentos em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia.

A medida, anunciada na sexta (30), foi considerada uma represália à aprovação pela Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) do status de Estado observador para a Autoridade Nacional Palestina.

A informação foi confirmada pelos corpos diplomáticos de Israel nos dois países. A Chancelaria britânica disse que o embaixador local, Daniel Taub, se reunirá com o secretário de Estado para o Oriente Médio, Alistair Burt, para dar mais detalhes sobre a medida israelense.

O Ministério das Relações Exteriores da França não confirmou a reunião, mas informou que estuda formas de expressar sua desaprovação contra a decisão israelense.

Na votação da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o Estado palestino, o Reino Unido se absteve e a França votou a favor do pleito da ANP. A resolução foi aprovada com 138 votos a favor, nove contrários e 41 abstenções.

ONU

No domingo (2), o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, considerou o projeto das novas colônias um "golpe fatal" ao processo de paz entre israelenses e palestinos.

"As colonizações são ilegais pelo direito internacional e se (esse projeto) se concretizar, daria um golpe fatal nas últimas oportunidades de garantir uma solução de dois Estados", disse em nota o porta-voz de Ban.

Em uma declaração em um tom particularmente severo em relação ao governo israelense, Ban destacou que esse projeto "ameaça separar totalmente Jerusalém Oriental do resto da Cisjordânia".

Na sexta (30), Israel anunciou a construção de 3.000 novas casas em colônias na região e informou que acelerar 1.000 permissões adicionais. Dentre as construções, está a chamada colônia E1, que, se construída, dividirá a Cisjordânia em duas.

No domingo (2), Israel também comunicou que não deve repassar os impostos arrecadados em nome da ANP (Autoridade Nacional Palestina), numa baixa que pode chegar a US$ 100 milhões.

FOLHA DE S. PAULO