segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Produção de veículos recua 1,9% em 2012, para 3,3 milhões de unidades


A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) garantiu mais um recorde nas vendas de automóveis no Brasil, mas não foi suficiente para sustentar o crescimento da produção do setor em 2012.

As montadoras instaladas no país fabricaram 3,343 milhões de unidades no ano passado, volume 1,9% inferior ao registrado em 2011. Os números, divulgados pela Anfavea (associação das montadoras) nesta segunda-feira, confirmam previsão de queda feita pela entidade em dezembro.

Ainda segundo a associação, esta é a primeira retração na produção de veículos em dez anos. O setor é responsável por cerca de 20% do PIB industrial do país.

Estoques elevados de 2011, o tombo na fabricação de caminhões (40,5%) e a perda de mercado fora do país estão por trás do desempenho inferior nas montadoras. As exportações de veículos do ano passado caíram 20%, para 442 mil unidades. Em valores, a retração foi de 9,3% (US$ 16,23 bilhões).

A atividade nas fábricas foi puxada pelo mercado interno. As vendas fecharam o ano com alta de 4,6% em um novo recorde, de 3,8 milhões de unidades, incluindo ônibus e caminhões.

IPI

O resultado pode ser atribuído em boa parte aos incentivos concedidos pelo governo durante 2012. A redução do IPI, que zerou a alíquota para carros populares, aliada a liberação de compulsório (percentual que os bancos são obrigados a deixar depositado no BC), destravou o mercado e reverteu a tendência de queda do início do ano.

A medida, que reduziu em cerca de 10% o preço dos carros e foi prorrogada duas vezes, provocou antecipação de compras e corrida às concessionárias diante da ameaça de encerramento. Em agosto, o setor registrou o seu melhor mês da história.

De acordo com o vice-presidente da Anfavea, Luiz Moan, as medidas de estímulo foram responsáveis pela venda de cerca de 400 mil unidades no ano passado. "As medidas adotadas, seja de IPI, seja de PSI [redução da taxa de juros], seja de depreciação acelerada, provocaram uma venda que nós chamamos de 13º mês em 2012".

Os incentivos ajudaram a sustentar o nível de emprego nas montadoras, contrapartida exigida pelo governo para conceder o benefício. O setor encerrou o ano com 149,9 mil funcionários, 3,7% a mais do que em dezembro de 2011.

2013

O setor prevê uma desaceleração do mercado neste ano com o retorno gradual do IPI para dos carros. A expectativa é de um crescimento de 4%, para 3,98 milhões de unidades.

Já a projeção para o volume fabricado é de avanço de 2% em 2013 apesar da expectativa de novo recuo nas exportações neste ano.

FOLHA DE S. PAULO