domingo, 29 de março de 2015

QUANDO A ARTE SE OCULTA POR TRÁS DE UM BEIJO DE DUAS IDOSAS

Luiz Fernando Stamile Racco

Qual a importância – para o “bem” ou para o “mal” – que o tal beijo das duas idosas tem, para fins de dramaturgia, cultura, artes e coisas do gênero? Nenhuma. Os meios de comunicação em massa só se preocupam com a “polêmica” (ô palavrinha insuportável!) que a cena causa e, claro, com a audiência, que gera propaganda e anunciantes, que vendem desde produtos de limpeza para fogão, até carros luxuosos.
Uma vez disse o Alberto Dines: “Criam-se novas necessidades; esquecem-se das eternas exigências”. Se ambas se beijaram, para mim tanto faz. Apenas vejo uma fase de pobreza criativa, que vem dando lugar a cenas desnecessárias, tolas e inúteis, em detrimento da verdadeira arte – aludo a todas: literatura, escultura, dança, teatro, pintura, música e, considerando-a como a sétima, o cinema.
Deixaram a verdadeira arte no sótão e liberaram para exibição as traças que lá se encontravam. Querem mostrar duas senhoras se beijando? Se chupando (com ruídos!)? Se comendo com cenas de nitidez ginecológica? Muito bom. Pulitzer, o inventor da imprensa marrom, há mais de 100 anos, aprovaria e editaria um número extra de páginas amarelas, para comentar sobre o assunto.
EXIBAM AS ARTES!
Pelo menos, tirem as artes que estão guardadas naquele sótão e as exibam com entusiasmo.
E entre um beijo falseado sob o manto fajuto da “dramaturgia” e a boa e sacana pornografia, fico com a última. É mais honesta e interessante. Mas, por favor, sem Natália nem Fernanda. Tenham dó!
Ah, e quanto à política ou moral cristã (hoje, no Brasil, são a mesma coisa)… às favas! Ambas me causam repugnância. PT, PSDB, PMDB, PDT, PQP ou qualquer “P” são sopa indigesta de letrinhas. Só.
Tribuna da Internet