Deu no Correio Braziliense
Expulso sumariamente do PT e abandonado pela cúpula partidária, o
ex-deputado André Vargas, preso na semana passada pela Operação
Lava-Jato por suspeita de integrar o esquema de corrupção na Petrobras,
avisou a investigadores que estuda fazer um acordo de colaboração. A
informação foi repassada pelo ex-político na quinta-feira.
O temor do Palácio do Planalto e dos petistas é que os fatos
revelados por Vargas sirvam de base jurídica para o pedido de
impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O ex-deputado ainda
analisa se faz uma delação premiada ou se ajuda espontaneamente na
apuração do caso.
Na delação, o ex-deputado assina uma espécie de “contrato” sobre os
temas que revelará e obtém a promessa por escrito de que o Ministério
Público Federal pedirá ao juiz uma redução da pena. No entanto, se optar
simplesmente por uma colaboração espontânea, seria nos moldes da que
foi feita pelo vice-presidente da Engevix, Gérson Almada.
Ao pedir para prestar depoimento, o empreiteiro, por exemplo, revelou
suas ligações com operadores do esquema e com o ex-ministro José
Dirceu. Almada afirmou que deu dinheiro para o operador Milton Pascowith
entregar a funcionários da Petrobras e do PT, como o tesoureiro
licenciado, João Vaccari. Na sequência, pediu liberdade ao juiz Sérgio
Moro, mas, até o momento, continua preso.
NÃO DISSE NADA
Na quinta-feira, Vargas prestou seu primeiro depoimento no prédio da
Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, no Paraná, no entanto,
optou não dizer nada.
A advogada dele, Nicole Trauczynski, só saiu de
lá à noite. Ela defendeu o operador Enivaldo Quadrado na Lava-Jato,
também investigado no mensalão. O Supremo Tribunal Federal (STF) o
condenou em 2012 a três anos e meio de prisão mais multa de R$ 28 mil
por lavagem de dinheiro. Cumpriu pena com restrição de direitos.
Na Lava-Jato, Quadrado foi preso em novembro. Mas, antes mesmo disso,
já tinha resolvido falar na operação. Orientado por Nicole, o corretor
concordou em dizer o que sabia. Em novembro, menos de quatro dias depois
da prisão, Quadrado prestava outro depoimento à PF, que o considerou
relevante. Hoje, ele já está fora da cadeia. É justamente isso que
estimula André Vargas a contar à Justiça tudo o que sabe.
Para os investigadores, Vargas poderia revelar fatos e suspeitas que
não estão sob investigação ainda e ajudaria a esclarecer atos já
apurados pelos nove procuradores da força-tarefa do Ministério Público e
pelos seis delegados da Polícia Federal que atuam no caso. Por outro
lado, isso poderia envolver mais gente ligada ao PT e ao governo de
Dilma Rousseff.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG - A delação de Vargas será o começo do fim para a presidente Dilma Vana Rousseff, que era muito ligada ao ex-deputado petista. (C.N.)
Tribuna da Internet