Humberto Siqueira
O Tempo
Em seu estilo polêmico, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ)
participou em Belo Horizonte de um debate durante o V Seminário
Internacional Brasil & Israel, realizado pela Federação Israelita de
Minas, e confirmou que está de malas prontas para deixar o PP. O
objetivo: uma sigla que possa abrigar seu desejo de se candidatar à
Presidência em 2018.
“Eu vou sair do PP. Quero, em 2018, estar num partido em que todos os
filiados decidam se vai ter candidato a presidente, governador, etc., e
quem, dentre os filiados, serão os candidatos”. Bolsonaro, no entanto,
não revelou se já encontrou este partido. “Nem me ‘divorciei’ (do
partido) ainda, não posso falar em um novo noivado”, brincou.
Perguntado sobre uma eventual disputa com o ex-presidente Lula, caso o
petista também dispute o Palácio do Planalto, Bolsonaro, que é
evangélico, foi enfático. “Lula não vai vir com baixaria pra cima de mim
porque vai se ‘fuder’”.
Depois de uma semana movimentada na Câmara pela votação da reforma
política, Bolsonaro comentou sobre os principais pontos votados e os que
ainda serão discutidos em plenário.
Uma das emendas prometidas para serem votadas na próxima semana diz
respeito à cota de 30% para mulheres nas chapas proporcionais dos
partidos.
“O que elas querem agora? Cota pra mulher. Quando foi para
votar a favor das pensões das viúvas, 80% das mulheres votaram contra as
viúvas e os órfãos. Que moral tem esse bando, agora, para acharem que
devem ter cotas?”, disparou.
IMPEACHMENT
O parlamentar, que nesta semana esteve com líderes do Movimento
Brasil Livre favoráveis ao impeachment da presidente Dilma, não acredita
que o fato seja possível. “Que existem motivos, existem. Mas não vão
conseguir. Não se consegue mobilizar a Câmara. E o Supremo chegou num
ponto que pode garrotear o Legislativo. Você promulga uma PEC, por
exemplo, eles derrubam. Então, o que fizermos que a Dilma não gostar o
Supremo julga inconstitucional”, acusa.
NÃO REELEIÇÃO
Bolsonaro disse ter votado pelo fim da reeleição pois, “entre um
mandato e outro, o chefe do Executivo gasta tudo para depois virar
pinóquio”. E concluiu: “Agora não vai mais agir dessa maneira”.
Tribuna da Internet