Célia Froufe
Estadão
As famílias brasileiras nunca estiveram tão endividadas com o sistema
financeiro nos últimos 10 anos como agora, conforme apontam dados do
Banco Central sobre o tema.
De março para abril, o volume de dívidas
passou de 46,20% para 46,30%, o maior porcentual desde janeiro de 2005,
quando começa a série histórica da instituição.
Até então, a taxa mais
elevada havia sido registrada em fevereiro, de 46,24%.
O cálculo leva em
conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses.
O BC destaca que, desde março, tanto essa série quanto a de
comprometimento de renda foram recalculadas para incorporar as
alterações na série da Massa Salarial Ampliada Disponível (MSAD), do
IBGE.
As séries também passaram a considerar as mudanças promovidas pela
própria autarquia na nota de crédito.
Os dados do BC revelam que o segmento responsável pela elevação foi o
de imóveis.
Isso porque o total de endividamento das famílias,
excluindo-se as dívidas com o setor habitacional, apresentou leve baixa
de março (27,73%) para abril (27,61%).
Esta é a terceira desaceleração
consecutiva do indicador e revela que é o patamar mais baixo desde
janeiro de 2009, quando estava em 27,37%.
Na época, as economias do
Brasil e do mundo sentiam os efeitos da crise financeira internacional
iniciada em meados de 2008.
Ainda segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o
Sistema Financeiro Nacional (SFN) ficou em 21,98% em abril –
praticamente estável em relação à taxa de 21,97% vista um mês antes e de
21,98% de fevereiro. O dado é ajustado sazonalmente.
(texto enviado pelo comentarista Guilherme Almeida)
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