Luiz Tito
O Tempo
Chegamos ao fundo do poço.
Infelizmente, as alternativas estão
sumindo do mapa.
No plano político, em meio a uma crise sem precedentes,
de um presidencialismo no qual a presidente ainda reúne, mas com
ressalvas, o apoio de seu partido e dos políticos aliados, as soluções
passam principalmente pelo atendimento a demandas puramente
fisiológicas, expressas no mais pobre varejo político: emperram as
agendas, em especial as votações nas assembleias legislativas, na Câmara
dos Deputados e no Senado Federal, as nomeações para os cargos de
confiança indicados pelos políticos inconfiáveis da base dos governos,
nos Estados e no plano federal.
Num momento em que o país carece de empreender profundas reformas
para sobreviver, o presidente da Câmara está preocupado com a construção
de um shopping center junto às instalações da Casa. Os deputados
federais, já muito ocupados com suas atividades, passarão a despachar da
nova praça de alimentação. Deputados poderão comprar com mais conforto
cuecas para aproveitar a alta do dólar.
Na educação, o governo federal conseguiu desatender alunos e
professores das universidades públicas, que anunciam greves sem volta.
Reduziu e dificultou o crédito da educação. Não que fosse uma solução a
concessão sem critérios desse facilitário, mas as restrições impostas no
acesso de estudantes ao programa são graves e desestimuladoras.
Criaram-se faculdades privadas caça-níqueis aos baldes, cursos sem qualquer seriedade nas suas propostas e ementas, mas não será com a imposição das recentes restrições que o processo se aperfeiçoará. Faltou profundidade ao programa base da proposta de se construir uma pátria educadora. Sobraram desperdícios, equívocos e, sobretudo, muita picaretagem.
Criaram-se faculdades privadas caça-níqueis aos baldes, cursos sem qualquer seriedade nas suas propostas e ementas, mas não será com a imposição das recentes restrições que o processo se aperfeiçoará. Faltou profundidade ao programa base da proposta de se construir uma pátria educadora. Sobraram desperdícios, equívocos e, sobretudo, muita picaretagem.
E A SAÚDE?
Desastrosas são nossas estatísticas na oferta e nos resultados dos
programas de saúde pública, cuja execução beira a irresponsabilidade de
seus agentes.
Na economia, a proposta de ajuste fiscal mais desajustou. Não
conseguiu conter a inflação, não preveniu a incessante queda do PIB, não
construiu propostas de médio e longo prazos para que a produção seja
restabelecida, através da sua desoneração e de seu fomento, como medidas
de incentivo à produtividade. A indústria, o comércio e os empregos
estão na lona.
Vivemos um cenário de insegurança pública em que a única sugestão é o
aumento de vagas nas penitenciárias e a redução da idade penal. Vamos
atuar nas consequências, empregando substanciais recursos do erário sem
qualquer perspectiva de que sejam soluções. Nem sequer amenizam os
problemas, porque agravam ainda mais o quadro de nossas misérias
humanas.
Ninguém, governos nem oposição, está aplicado em propostas e
projetos. Faliu a criatividade, a vontade política e o compromisso com
uma sociedade e um país melhores. E não há líderes confiáveis para
empreender tais mudanças.
Tribuna da Internet