quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Se continuar elevando os juros, BC causará uma explosão fiscal



Carlos Frederico Alverga


A inflação de 2016 deve ser menor que a de 2015 (o próprio mercado prevê isso, conforme o boletim Focus), já que o impacto do represamento dos preços administrados dos combustíveis e da energia elétrica, dois insumos fundamentais para toda a produção e com efeito generalizado no aumento dos preços, já terão sido assimilados pelo sistema econômico.

Creio que o Copom não deve aumentar mais a taxa Selic, tendo em vista que a inflação de 2015 não foi de demanda agregada, a qual está excessivamente contraída, visto que tanto o consumo quanto os investimentos estão muito deprimidos e o desemprego está em alta.

Se o Banco Central continuar subindo os juros, aí vai haver uma explosão fiscal, porque não adianta nada o Governo cortar no custeio se a conta de juros não para de subir. Isso sem falar no efeito dos juros altos fazendo minguar a arrecadação tributária do Governo.

LADO POSITIVO

A desvalorização cambial tem seu lado positivo, que é basicamente o equilíbrio das contas externas, decorrência da queda acentuada das importações. Já tivemos, em março de 1999, juros de 45% ao ano, mas, naquela ocasião, contávamos com a ajuda dos US$ 40 bilhões do pacote de socorro do FMI que nos salvou da crise cambial de 98/99.

Hoje a situação é diferente, temos US$ 370 bilhões de reservas cambiais, parte comprometida com os swaps cambiais.

Tribuna da Internet