terça-feira, 30 de abril de 2013

Havelange renuncia de presidência de honra da Fifa por corrupção


O brasileiro João Havelange, considerado por anos como o cartola mais poderoso do mundo, renunciou a seu cargo de presidente de honra da Fifa por conta dos escandalos de corrupção e as propinas que recebeu por anos.
A informação faz parte de um informe que trata das investigações sobre corrupção na Fifa e que acaba de ser publicado na manhã de hoje na Suíça.
A investigação confirmou que Havelange recebeu milhões de dólares em propinas. Mas o comitê de ética da Fifa informa que, como o brasileiro renunciou de seu cargo há dez dias, não há como punir o cartola.
A renúncia foi feito em silêncio e não foi comunicada nem pela Fifa e nem pelo próprio cartola aos jornalistas de todo o mundo.
O informe confirma que Havelange teria recebido milhões de dólares entre 1992 e 2000 da ISL, em propinas relacionadas a venda de direitos de transmissão para a Copa de 2002 e 2006.
Ele já renunciou de seu cargo no COI, também pelo mesmo motivo. Agora, abandona a Fifa, em um final melancólico.
Apesar da queda, Havelange não será punido e a saída foi justamente uma forma de evitar ser expulso. A decisão de renunciar encerra o caso e dispensa a necessidade de que a entidade tenha de votar em maio a decisão de expulsa-lo ou não.
A renúncia ainda deve aumentar a pressão para que os cartolas brasileiros evitem usar o nome de Havelange no estádio que servirá para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
ESTADÃO

Gay mau e enrustido chega à novela


Um gay que não é bonzinho. Uma evangélica que tem passado de periguete. Amor à Vida, a próxima novela das 9 da Globo, de autoria de Walcyr Carrasco, apresenta uma leitura inédita desses dois tipos, pelas interpretações de Mateus Solano e, estreante na casa, da ex-MTV Tatá Werneck. Aliás, Félix, personagem de Solano, não se contenta em abandonar a pecha de gay bacana que povoa os folhetins: ele é mau, muito mau, tem inveja da irmã (Paolla Oliveira) e, o mais inédito nesse retrato noveleiro, é enrustido.
Félix é casado com Bárbara Paz e é pai de uma garota. Filho de Antonio Fagundes, quer derrubar a irmã no poder dos negócios da família, no caso, um hospital. O público perceberá ainda no início da novela que se trata de um marido fechado no armário. Da estreia, no dia 20 de maio, até que os primeiros sinais do dissimulado Félix apareçam, não mais que três capítulos terão se passado. "Mas fui instruído a não falar muito sobre a questão do gay enrustido", diz Solano ao Estado, indicando certo cuidado do comando da novela em permitir que o público o conheça antes pela tela, e não por seu discurso.
"As pessoas estranham o jeito excêntrico do Félix, ele faz piadas fora de hora, faz brincadeiras com a pessoa ali no leito do hospital, e aí dizem: 'Isso é brincadeira que se faça nessa hora?'. E ele fala: 'Ah, gente, brincadeira, só pra descontrair o ambiente'. Ao mesmo tempo, tem essa desconfiança da sexualidade dele, mas que ele quer proteger, ele tem mulher, tem filho. O fato é que essa mulher e esse filho são um álibi para mostrar que ele é um homem de família." Está feito um núcleo que promete causar controvérsias.
Mas elas ainda não vieram, garante o autor, "de maneira alguma, pelo contrário, sinto uma grande curiosidade a respeito do personagem". Carrasco, que está estreando na faixa das 21 h da Globo, conta que a ideia de retratar um homossexual não assumido surgiu "a partir da observação da realidade". "Embora hoje os grupos defensores dos direitos GLBT tenham muita força, isso contribui para dar uma impressão de que 'está tudo bem', o que não é verdade, o preconceito e a discriminação continuam", completa, "e a pior forma de preconceito é a que o indivíduo tem em relação a ele mesmo".
O fato de ser dissimulado sobre sua sexualidade bem poderia ser um indicativo automático do caráter, mas Carrasco foge das generalizações. "Uma novela é uma novela, uma história é uma história. Generalizações devem ficar a cargo de pesquisadores, capazes de quantificar opiniões e formas de comportamento. Estou contando uma história, não falando sobre a humanidade em geral".
Enquanto isso, Solano se põe a observar o mundo à volta. Vem lendo o livro Efeito Lúcifer: "Tô pesquisando coisas sobre maldade, como é que uma pessoa é capaz de passar por cima de tudo e todos pra atingir seus objetivos, como é a sedução pelo poder. É o mal na sua essência, o mal como ferramenta", conta o ator. Já no quesito sexualidade, conta que não é necessário ler ou pesquisar nada. "A própria vida da gente é um laboratório porque o mundo é gay, eu não fui procurar nada sobre homossexualidade porque estamos cheios de exemplos ao nosso lado", ressalta.
Senso de humor. Solano conta que Walcyr criou Félix "muito engraçado, um cara que fala as coisas que quer, do jeito que quer". E adianta que pela primeira vez a Globo vem colocando à disposição de todo o elenco um preparador de ator, Sérgio Pena, durante a novela toda. "Não quero partir disso. Normalmente ele fica só um mês com a gente, agora não: isso vai ser muito produtivo", aposta.
Solano adianta que a novela terá "muitos gays". "Tem casal gay, gente assumida e enrustida. Acho que a homossexualidade vai ser mostrada de uma forma natural, como tem que ser".
Não que essa naturalidade signifique passaporte livre para o tão comentado beijo gay de novela, aquele que sempre ameaça aparecer e nunca vinga. Walcyr dispensa tese sobre o tema. "Não tenho opinião formada. Saberei responder quando as pessoas aceitarem beijos gays nas ruas, nos shoppings, nas empresas", conclui o autor.
ESTADÃO

domingo, 28 de abril de 2013

Seca no Nordeste é foco de disputa política


Políticos de Estados do Nordeste travam uma batalha nos bastidores pelo comando dos recursos federais destinados ao combate aos efeitos da seca. A disputa envolve as ações do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), os dois principais órgãos do governo federal que atuam nessa área e que têm orçamentos bilionários para 2013. O Dnocs dispõe de R$ 1,1 bilhão; a Codevasf, de R$ 1,5 bilhão.
O Dnocs vive um momento de sucateamento e esvaziamento político, o que alimenta entre os partidos que têm cargos no órgão o temor por sua extinção ou absorção pela Codevasf. As ações contra a seca têm forte impacto eleitoral e a utilização dos recursos mobiliza os políticos da região.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), é o principal interessado em conter o esvaziamento do Dnocs. Ele é o padrinho do atual presidente, Emerson Fernandes, e tem usado a importância do cargo que ocupa para cobrar do governo federal o fortalecimento da autarquia.
Alves já cobrou dos ministros Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional) e Miriam Belchior (Planejamento) um compromisso de que o departamento não será fechado nem transferido para Brasília, como defendem alguns técnicos. A sede fica em Fortaleza (CE).
Já o fortalecimento da Codevasf interessa ao governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), padrinho do atual presidente, Elmo Vaz, e ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. Já o ministro da Secretaria Especial de Portos, Leônidas Cristino, do PSB, mesmo partido de Fernando Bezerra, tem sua base eleitoral no Ceará e também pressiona por uma reestruturação do Dnocs.
"Conversei com o ministro Fernando Bezerra e ele disse que a ideia de transferir o Dnocs para Brasília é de alguns técnicos, não uma decisão do governo", conta Cristino. A pressão fez com que o governo se comprometesse a buscar um plano de recuperação do Dnocs.
Empresa estatal, a Codevasf tem registrado aumentos do orçamento de investimentos. Há mais facilidade na liberação de verbas e a estatal conta com um quadro de pessoal rejuvenescido pela nomeação de concursados nos últimos anos.
Com forte influência na Bahia, Pernambuco e Piauí, a Codevasf, em 2012, tinha uma previsão de investimentos de R$ 1,3 bilhão; R$ 768 milhões foram empenhados e R$ 254 milhões pagos durante o ano.
Em desvantagem. A situação no Dnocs é bem diferente. No ano passado, o órgão só conseguiu pagar R$ 45,5 milhões em investimento mesmo tendo R$ 566 milhões à disposição. Criado ainda no governo de Nilo Peçanha, em 1909, sendo o mais antigo órgão voltado para o combate aos efeitos da seca, o Dnocs tem seu orçamento constantemente reduzido em comparação ao que ocorre na Codevasf, maior dificuldade na realização de investimentos e um quadro de pessoal tão envelhecido que pode perder 95% dos funcionários atuais até 2016 se não realizar novo concurso e nomear servidores. As discrepâncias entre o tratamento dado pelo governo federal aos dois órgãos fazem os políticos do Nordeste temerem pela sua extinção.
Reação. O presidente da Câmara não está sozinho na articulação para tentar manter o funcionamento do Dnocs. O líder do governo no Congresso, José Pimentel (PT-CE), promete recorrer à presidente Dilma Rousseff caso a negociação com os ministros não evolua.
"Vou conversar com o ministro Fernando Bezerra para impedir que técnicos que não entendem nada de seca consigam transferir a sede do Dnocs para Brasília. Se a conversa não der resultado, vou à presidente Dilma Rousseff", afirmou o líder do governo. Segundo Pimentel, "o Dnocs é o mais importante órgão de combate à seca no Nordeste e não pode passar pela situação em que está".
Corremos o risco de ver o órgão desaparecer dentro de dois ou três anos, se não houver reposição de pessoal", constatou o petista.
ESTADÃO

STF, GILMAR MENDES, O LEGADO DOS TRABALHISTAS E A DIREITA


Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre

“Prefiro o barulho do Congresso ao silêncio sorrateiro do STF”.  
Carlos Frank (leitor)

Todo mundo sabe e percebe, até os recém-nascidos e os mortos, os ingênuos e os malandros, os simples e os ostentosos, os humildes e os arrogantes, que os barões controladores do sistema de comunicação de direita e de negócios privados deste País e seus asseclas, porta-vozes da ditadura do pensamento único de seus patrões, apostam e sempre apostarão no golpe, desta vez não por intermédio da sublevação tradicional, com tanques, metralhadoras e fuzis, mas, sim, através de golpes à moda paraguaia ou hondurenha, alicerçados que foram pelos tribunais superiores dos respectivos países.

A direita brasileira, uma das mais poderosas e cruéis do mundo, foi derrotada nas últimas três eleições presidenciais. O afastamento dos conservadores do Palácio do Planalto completará, em janeiro de 2015, doze anos, o que tem, sobretudo, causado urticárias e taquicardias nos que se consideram proprietários do estado brasileiro, porque dos meios de produção a casa grande já é dona há cinco séculos.

Esse sentimento arraigado de posse a leva a pensar que de forma alguma aceitará que políticos e partidos que não compartilham de suas doutrinas, conceitos e ideologias, mesmo eleitos pela sociedade, continuem a administrar o estado e efetivar o programa de governo e o projeto de País apresentados e propostos pelos trabalhistas e aprovados pela população, que resolveu elegê-los democraticamente pela força das urnas.

Apesar da campanha insidiosa e sistemática da imprensa e da inegável politização do STF e da PGR, Lula e Dilma ainda têm muito prestígio perante a população, e por isso os tiros desses oposicionistas saíram pela culatra. No decorrer dos dois governos trabalhistas, o Brasil cresceu exponencialmente, no que tange à economia, ao acesso das classes pobres ao emprego, ao consumo e à sua inclusão nas universidades e escolas técnicas. O Brasil é a sexta maior economia do mundo, um dos fundadores do Brics, do Mercosul, da Unasul e do G-20, bem como reivindica ser um dos membros do Conselho de Segurança da ONU.

A dívida externa foi zerada, o BNDES empresta mais do que o Banco Mundial, o empreendedorismo foi fomentado pela facilidade de o cidadão conseguir empréstimos junto aos bancos públicos, além de o comércio exterior brasileiro ter como principal parceiro comercial a China e não mais os EUA, porque nem tudo o que é bom para os ianques é bom para o Brasil, como acreditam os nossos colonizados portadores de um extraordinário e incomensurável complexo de vira-lata.

Os juros caíram para patamares mais decentes, as folhas de pagamentos foram desoneradas e o governo trabalhista concedeu isenção de impostos, taxas e tarifas de produtos perecíveis e imperecíveis. As relações comerciais do Brasil com os países africanos, asiáticos e árabes se fortaleceram e o Mercosul se tornou um bloco poderoso, tanto no aspecto econômico quanto no político, principalmente a partir da adesão da Venezuela, um dos maiores produtores de petróleo e de gás do mundo, com reservas gigantescas, além de ser país membro da Opep.

Por sua vez, foram retomadas as grandes obras de infraestrutura, a exemplo da hidrelétrica de Belo Monte, da transposição do Rio São Francisco, da Transnordestina, da Ferrovia Norte-Sul, da recuperação das rodovias federais, da indústria naval, que praticamente estava falida, bem como foi realizada a duplicação de milhares de quilômetros de rodovias. O Programa Minha Casa, Minha Vida entregou 1,2 milhão de casas, gerou milhares de empregos e dignificou o cidadão que morava em más condições, além de se livrar do aluguel. Os trabalhistas criaram ainda os programas de inclusão social, como o Bolsa-Família, o ProUni, o Brasil Sorridente, o Farmácia Popular e o Luz Para Todos, entre muitos outros, que beneficiaram os pobres e contribuíram, indubitavelmente, para melhorar a distribuição de renda e de riqueza do povo brasileiro.

Lula anulou a portaria do governo de FHC — o Neoliberal — que proibia a construção de escolas técnicas federais e iniciou a construção de dezenas de novas unidades e que foram transformadas em Institutos Superiores de Educação Tecnológica. Ao todo são 214 novas escolas técnicas federais construídas entre os anos de 2003 e 2010. Os trabalhistas em apenas oito anos construíram mais escolas técnicas do que todos o presidentes juntos.

FHC é professor e tentou sucatear a Petrobras e afundou a maior plataforma marítima do mundo, a P-36, além de vender a Telebras e a Vale do Rio Doce a preço de banana. Esse tucano incompetente assinou uma portaria draconiana e que, sobretudo, colocou em risco o aprendizado de futuros trabalhadores brasileiros, porque escolas técnicas são instituições estratégicas para o desenvolvimento do País. Se há dúvida quanto a esta questão, leia sobre o estadista Getúlio Vargas que, ao industrializar o País, elaborou e proclamou as leis trabalhistas, sem, no entanto, esquecer de criar o Senai e o Senac, instituições que treinam e capacitam os trabalhadores.

Como se percebe, escolas técnicas são obras de políticos trabalhistas, porque os políticos representantes e filhos das classes abastadas não criam nada, não concedem, não constroem e não se preocupam com os trabalhadores, porque simplesmente se recusam a pensar o Brasil. É o caso atual dos tucanos do PSDB e seus agregados, DEM e PPS. A falta dessas escolas prejudicam o desenvolvimento social e econômico de qualquer país. Getúlio sabia disso. Lula sabe. E FHC — o Neoliberal —, que quebrou o Brasil três vezes, porque foi três vezes ao FMI de joelhos e com o pires nas mãos, é sociólogo, professor e se considera intelectual não criou uma única escola técnica. Incrível(!), mas é a mais pura verdade.

Porém, ainda tem mais. A criação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) previa investimentos de R$ 646 bilhões, no período de 2007 a 2010. Contudo, até 2013 os investimentos previstos chegam a R$ 1,14 Trilhão. Foram ainda criados 15 milhões de empregos, um recorde da história do Brasil, bem como foi estabelecido também o Reuni, que iniciou um novo processo de expansão das universidades públicas, ao aumentar consideravelmente o número de universidades, de campus e de vagas nas mesmas. E o professor é o Fernando Henrique — o Neoliberal —, aquele que não conhece o Brasil e que vai a Paris como se vai comprar pão na esquina.

Eis que, sabedora desses fatos e realidades, a direita brasileira proprietária da casa grande e herdeira da escravidão e da ditadura bota suas garras para fora para unir todas sua vertentes. Os principais partidos conservadores (PSDB, DEM e PPS), grande parte de juízes do STF, à frente Gilmar Mendes, Marco Aurélio de Mello, Luiz Fux e Joaquim Barbosa, e o procurador-geral mais partidário e de direita da história da PGR, Roberto Gurgel, unem-se aos interesses do sistema midiático de negócios privados, controlado por apenas seis famílias, que tratam o Brasil de 200 milhões de habitantes, além de ser a sexta maior economia do mundo, como o quintal de suas casas.

Gilmar Mendes, juiz de histórico e histórias contundentes, aposta e sempre apostou em crises institucionais, como forma de disseminar confusões na República, e, consequentemente, enfraquecer o Congresso Nacional cuja maioria da base parlamentar compõe com o governo de coalizão, de perfil trabalhista, que do Palácio do Planalto luta contra a oposição conservadora para efetivar seu programa de governo e projeto de País apresentado ao povo brasileiro e aprovado nas urnas.

Com índices de 76% de aprovação, Dilma Rousseff é uma forte candidata à reeleição. Por seu turno, o ex-presidente Lula mantém intacto seu prestígio junto aos trabalhadores e às camadas mais pobres da população, que experimentou uma ascendência social e financeira como nunca se viu neste País. Ponto. A verdade é que a inclusão de mais de 30 milhões de pessoas no mercado de consumo fortaleceu a economia e fez com que o Brasil não sentisse muito a crise internacional que levou ao colapso inúmeras economias europeias, além de prejudicar severamente as economias dos EUA e do Japão.

A imprensa porta-voz do establishment, corporativa, alienígena e por isto apátrida e os trustes nacionais e internacionais que ela representa pautaram os juízes do STF, com poucas exceções, e cooptou o senhor Roberto Gurgel, aquele que por quase três anos sentou nos processos que investigam o bicheiro Carlinhos Cachoeira, principal pauteiro e editor da revista Veja — a Última Flor do Fáscio — cujo subordinado, o jornalista Policarpo Jr. escapou de ser preso, porque a CPI do Cachoeira cedeu às pressões e fechou seus trabalhos sem praticamente denunciar ninguém, pois, se depender desse Ministério Público de oposição política do PGR Gurgel, tudo vai ficar como dantes no quartel d’Abrantes.

O procurador-geral e os juízes do STF foram picados pela mosca azul e fazem política partidária sem, no entanto, terem votos, porque não foram candidatos a cargo público eleitoral e por isto é uma desfaçatez e uma vergonha esse homens e mulheres togados tentarem fazer a vez de quem foi eleito, como acontece no caso da liminar concedida pelo juiz Gilmar Mendes ao senador Rodrigo Rollemberg (PSB/DF), que suspende a tramitação do projeto que impede a criação de novos partidos. A mídia de mercado sempre esbravejou contra a criação de partidos e sempre condenou os partidos nanicos, pois acusados de serem de aluguel.

Eis que de repente, na mais do que de repente, a imprensa corrupta de tradição golpista passa a defender a atitude intrometida do juiz Gilmar Mendes ao tempo que o senador Rollemberg, político sortudo, mas medíocre faz o jogo de seu chefe, o governador Eduardo Campos — o maior quinta coluna que se tem notícia nos últimos tempos —, que foi cooptado pelo establishment, que o questionou e o criticou por mais de dez anos e que hoje passa a ser o queridinho dos colunistas, comentaristas e blogueiros da imprensa hegemônica, que luta, ferrenhamente, para o que o Brasil e seu povo não sejam independentes, autônomos e emancipados.

É a casa grande a querer manter a sociedade brasileira na senzala e com isso lucrar ao seu bel-prazer. A crise está aberta e nome dela é Gilmar Mendes, o condestável, que atua como coronel do interior, frequenta os saraus da burguesia, as salas do PSDB e se comporta como político, sem voto e sem autoridade para rasgar a Constituição no que diz respeito a legislar no lugar dos deputados e senadores, que foram eleitos e por isso representam o princípio da soberania popular.

Concomitantemente a esse lamentável episódio, o juiz Marco Aurélio de Mello considerou uma retaliação ao Supremo a PEC 33, de autoria do deputado Nazareno Fonteles (PT/PI), aprovada na CCJ da Câmara dos Deputados. O projeto de emenda constitucional trata da criação de uma maioria qualificada de quatro quintos para que o STF aprove a inconstitucionalidade de leis – como existe no próprio Parlamento, no caso de mudança constitucional. De acordo com a nova PEC, passam a ser necessários 9 dos 11 ministros para aprovar uma inconstitucionalidade. A PEC prevê ainda que o Congresso Nacional referende as súmulas vinculantes, as ações diretas de inconstitucionalidade (ADI) e as ações declaratórias de constitucionalidade (ADC) emitidas pelo Supremo. Caso o Congresso vote contra a decisão do STF, a questão deverá ir a consulta popular.

É tudo o que STF e seus juízes de direita não querem, porque são favoráveis a supremacia dessa Corte conservadora sobre os Poderes Legislativo e Executivo e que efetivam há anos uma política de oposição ao governo federal administrado por políticos eleitos pelo PT e seus aliados. O juiz Marco Aurélio se irritou e considera retaliação o que é natural para a Câmara e o Senado, que é o papel de legislar, garantido pela Constituição de 1988. O deputado Nazareno Fonteles, em entrevista para o sítio Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, afirmou que a suspensão pelo STF da legislação aprovada na Câmara sobre a inviabilidade de se criar novos partidos “mostra que o Supremo virou uma espécie de braço político da oposição minoritária para derrubar a maioria e, portanto, a soberania popular”.

O parlamentar disse ainda que “eles {a oposição} foram derrotados no voto das urnas e no voto aqui no Congresso, judicializam a questão para que, no tapetão do Judiciário, isso seja mudado. Muitas vezes até combinado com os vazamentos da grande mídia, para poder dar uma “legitimidade” – entre aspas – popular. Então, eu acho que é uma medida (liminar) que deve ser sustada. O presidente da Câmara, o presidente do Congresso, mais legitimamente, deveria sustar ela,  como um ato da Mesa. Sustar qualquer decisão liminar sobre matéria Legislativa. E, se um deputado recorrer ao plenário, anularia essa decisão, fundamentado no artigo 49, inciso 11, combinado com o artigo 1º e o artigo 2º da Constituição, que trata da soberania do povo”.

O que o deputado Nazareno Fonteles afirmou é o que eu afirmo há anos, muitos anos. O leitor que acompanha minhas colunas sabe o que eu estou a falar. A verdade é que a política brasileira foi judicializada e políticos do campo da esquerda foram criminalizados, tanto no STF, que se tornou um partido conservador quanto na imprensa comercial e privada (privada nos dois sentidos, tá?), que dá uma conotação legal à atuação politica do STF e da PGR, no que diz respeito a essas instituições invadirem a competência dos outros poderes, bem como causarem crises para que a normalidade democrática seja abalada, e, consequentemente, aproveitarem para favorecer os políticos e os candidatos do campo da direita, que há quase 11 anos estão fora do poder central.

Quero dizer que com o legado de Lula e de Dilma, conforme relatei neste artigo, não há como os membros da casa grande vencerem as eleições presidenciais de 2014. Por isso, a aliança com o Judiciário, poder ocupado e controlado por funcionários públicos de alto escalão e que defendem os interesses do establishment e da burguesia provinciana, entreguista e golpista deste País. Gilmar, Marco Aurélio e Joaquim podem fazer política e participar e eventos dos tucanos, mas vão ter que dialogar com o Congresso Nacional, poder legítimo, pois legitimado pelo voto, que é a soberania do povo brasileiro. É isso aí.


CONVERSA AFIADA

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Brasil usará 25 mil militares em ação inédita em fronteiras


O Ministério da Defesa deve enviar até 25 mil militares para patrulhar toda a fronteira terrestre do país simultaneamente em uma operação inédita, relacionada à segurança da Copa das Confederações. A ação deve afetar diretamente cerca de seis milhões de brasileiros que vivem próximo às fronteiras.
A operação Ágata 7 será a maior ação militar voltada à segurança pública realizada no governo Dilma Rousseff em número de participantes, equipamentos e abrangência.
As dimensões da ação também superam todas as operações do gênero realizadas desde a criação, em 2009, do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas - o órgão tem a missão de integrar e coordenar as ações do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
Serão cobertos 16.886 quilômetros de fronteira com dez países, segundo o brigadeiro Ricardo Machado Vieira, chefe de operações conjuntas do Ministério da Defesa. "Vai ser a maior operação que já fizemos", afirmou. Operações do gênero realizadas no passado eram capazes de cobrir apenas pedaços da fronteira.
Sua realização foi anunciada na terça-feira pela presidente Dilma. Será primeira vez que os comandos militares da Amazônia, do Oeste e do Sul trabalharão integrados em uma mesma operação.
"Mas não vamos ter um homem a cada 100 metros. Já identificamos posições que sabemos que são mais críticas", disse Vieira.
Isso significa que as tropas serão espalhadas em pontos da fronteira que já vêm sendo investigados há cerca de um mês por cem militares dos setores de inteligência das Forças Armadas.
Os locais específicos não foram revelados, mas as maiores concentrações de tropas devem acontecer nas regiões de Tabatinga (AM), Assis Brasil (AC), Ponta Porã (MS) e Foz do Iguaçu (PR), entre outras.
Centenas de aeronaves e veículos devem ser usados. Os principais meios de transporte das tropas e agentes ligados a diversos ministérios para as regiões mais remotas devem ser helicópteros Black Hawk, Pantera, Cougar e Esquilo. Caças Super Tucano da Aeronáutica serão usados para interceptar aviões suspeitos e drones (aviões não tripulados) farão vigilância aérea.
Embarcações de patrulha da Marinha devem interditar os principais rios que cruzam a fronteira e blindados do Exército ocuparão as estradas que dão acesso ao país. Todos os militares envolvidos levarão armamento letal e terão poder de polícia.

Combate ao crime

O objetivo da ação será combater diversos tipos de atividades criminosas. Alguns exemplos são os garimpos irregulares na fronteira com as Guianas, pistas de pouso irregulares e tráfico de drogas na região amazônica, contrabando de armas e mercadorias ilícitas no oeste e sul da fronteira e a entrada de explosivos pelo sul, entre outras.
Segundo Vieira, não há foco específico em um determinado tipo de atividade criminosa. A ideia do governo é combater os diversos tipos de crime na fronteira para beneficiar o país como um todo – combatendo, por exemplo, a entrada de drogas, armas e mercadorias irregulares nas capitais.
A estratégia do governo em operações semelhantes realizadas no passado foi interromper e sufocar o as atividades de traficantes e contrabandistas na fronteira para prejudicar suas finanças. Quando os militares saíram da região, operações específicas da Polícia Federal e da Receita Federal tentaram capturar criminosos que voltaram à região para tentar se recuperar do "prejuízo" dos dias de bloqueio.
A data específica de início da ação é tratada como informação sigilosa. Foi anunciado apenas que a operação deve começar em maio e durar cerca de três semanas – terminando antes da Copa das Confederações da Fifa. O torneio ocorrerá entre os dias 15 e 30 de junho e reunirá equipes de oito países.
Essa será a sétima edição da operação Ágata, um esforço militar iniciado em 2011 para patrulhar a fronteira brasileira com ações militares massivas. As operações anteriores aconteceram em regiões específicas do país. A última levou mais de 12 mil militares para os Estados de Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Acre no fim do ano passado.
Nas seis edições anteriores foram apreendidos mais de 750 veículos e embarcações e 12 toneladas de drogas. Os militares aproveitam a presença na região para oferecer tratamento médico e odontológico em povoados e cidades isoladas. Cerca de 63 mil pessoas foram atendidas.
BBC BRASIL

Cinco pessoas são mortas em tiroteio no interior de Illinois, diz prefeito


Cinco pessoas foram mortas e uma ficou ferida durante um tiroteio em Manchester, no Estado norte-americano de Illinois, disse nesta quarta-feira o prefeito da cidade em entrevista a uma rede de TV.
"Nós temos cinco mortes confirmadas e um ferido e internado em um hospital, e o autor dos disparos foi detido", disse o prefeito Ronald Drake em uma entrevista à rede de TV Fox de St. Louis. Manchester fica 137 quilômetros ao norte de St. Louis. Segundo Drake, esse tipo de violência não é comum na cidade de cerca de 300 habitantes.
Em resposta aos relatos sobre o incidente na mídia, o distrito da Jacksonville School está fechado, de acordo com a secretária do superintendente Steve Ptacek, Debbie McKean.
O xerife do condado Scott afirmou que todas as questões sobre o caso estavam sendo repassadas à Polícia Estadual de Illinois, que não estava disponível para comentar imediatamente o caso. 
REUTERS/ESTADÃO

domingo, 21 de abril de 2013

Suspeito de Boston tentou cometer suicídio antes de ser preso, diz CBS


BOSTON, EUA - Dzhokhar Tsarnaev, suspeito do atentado à bomba na Maratona de Boston, tentou cometer suicídio antes de ser preso durante o cerco policial de sexta-feira a uma residência na cidade de Watertown, informou o analista de segurança da CBS News, John Miller, citando fontes próximas ao caso. O jovem sofreu ao menos dois ferimentos à bala, um na perna e outro na parte detrás do pescoço. Este último teria sido ocasionado por um disparo feito por Dzhokhar contra ele próprio.

— Eles (os investigadores) dizem que a ferida na parte detrás do pescoço foi, possivelmente, uma tentativa de suicídio. Eles dizem que pela aparência da ferida ele pode ter colocado a arma na boca, disparado e a bala saiu pelo pescoço sem matá-lo. Essa é uma das razões pelas quais ele não pode se comunicar, mas ele pode entender o que estão falando. Eles acreditam que vão conseguir falar com ele em breve — relatou Miller.

Segundo o analista, os investigadores esperam que Dzhokhar possa fornecer, prioritariamente, três informações:

— Você fez isso sozinho? Existe alguém lá fora? Existe outro plano?

De acordo com o governador de Massachussets, Deval Patrick, Dzhokhar permanece em estado grave, porém estável.

— Ele ainda não está em condições de se comunicar — disse Patrick. — Eu e acho todos os profissionais da lei esperam, por uma série de razões, que o suspeito sobreviva, porque nós temos um milhão de perguntas, e essas questões precisam ser respondidas.

As autoridades não detalharam publicamente quais ferimentos foram sofridos pelo adolescente, mas um funcionário disse que Dzhokhar está "entubado e sedado". Dezenas de agentes fazem a segurançado hospital Beth Israel Deaconess Medical Center, onde o suspeito está internado.

Autoridades americanas afirmaram que uma equipe especial de investigadores vai interrogar Dzhokhar sem proclamar o chamado aviso de Miranda, que garante ao suspeito o direito de permanecer em silêncio até que esteja na presença de um advogado. Em vez disso, o governo vai invocar uma norma jurídica conhecida como “exceção de segurança pública” que permite aos investigadores interrogar o jovem assim que ele estiver fisicamente capaz.

A isenção pode ser invocada quando a informação é necessária para proteger a segurança pública. Neste caso, o governo acredita que é vital saber se Dzhokhar plantou quaisquer outros explosivos antes de sua captura ou se há outros envolvidos no atentado. Um memorando de 2010 do Departamento de Justiça disse que o atraso na emissão do aviso de Miranda é justificado quando supostos terroristas são capturados nos Estados Unidos.

A American Civil Liberties Union, entretanto expressou preocupação com o fato. O diretor-executivo do grupo, Anthony Romero, disse à Fox News que a exceção aplica-se apenas quando há uma contínua ameaça à segurança pública.

O GLOBO

PMs são condenados a 156 anos por massacre do Carandiru


Vinte anos, seis meses e 19 dias depois, sete jurados condenaram 23 policiais militares que participaram do massacre do Carandiru a uma pena de 156 anos de prisão cada (12 anos para cada homicídio). A acusação: terem assassinado no segundo pavimento do Pavilhão 9 da antiga Casa de Detenção 13 dos 111 detentos que morreram durante a invasão da PM. A sentença foi promulgada pelo juiz José Augusto Nardy Marzagão à 1h15 deste domingo, dia 21. Apesar da sentença determinar cumprimento em regime fechado, o juiz permitiu que os condenados recorram em liberdade. 
Três dos réus julgados foram absolvidos pelo Conselho de Sentença, que teve de responder a 1.526 questões. Foi necessário responder a quatro quesitos por condenação. A questão principal era se o réu havia concorrido para a prática dos homicídios, considerando que se agiu de forma coletiva. Outro quesito questionava se o réu fora atacado e provocado a reagir. Cada um desses quesitos foi relacionado a cada um dos acusados e vítimas. No fim, considerou-se que só três PMs não tiveram participação direta no massacre.
Quando o juiz leu a sentença, PMs ficaram em silêncio. Havia cerca de 35 pessoas na plateia e a reação do público foi discreta.
O sexto dia do julgamento do massacre foi o mais cansativo de todos. Os trabalhos começaram às 9h30 do sábado, dia 20, com a acusação defendendo que os acusados agiram de forma coletiva. Os diferentes tiros, de munições diversas nos 13 corpos do segundo pavimento, estavam entre os pontos apresentados para a condenação do grupo. Em seguida, foi a vez de a defesa alegar a incapacidade de apontar as responsabilidades individuais dos acusados em cada uma das mortes. 
Ainda pela manhã, a acusação também pediu a absolvição dos três réus: o soldado Alberto Roberto da Silva – que, segundo os laudos, não teria agido no 2º pavimento, mas sim no 3º – e os tenentes Eduardo Espósito e Maurício Marchese – que seriam do 3º Batalhão de Choque e não entraram no corredor onde ocorreram os confrontos. Apesar de portarem fuzis M-16, eles ficaram parados na escada.
O número de mortos do julgamento foi reduzido de 15 para 13. Segundo testemunhos, Jovemar Paulo Alves Ribeiro foi morto já na gaiola do 3º andar, não no 2º pavimento. E José Pereira da Silva recebeu dez facadas – e não teria sido atingido por policiais. Por isso, suas mortes devem ser julgadas em outro momento.
ESTADÃO

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Após ser interrompido por homem, Maduro toma posse na Venezuela


Um homem usando uma blusa vermelha invadiu nesta sexta-feira a tribuna onde o recém-eleito presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fazia seu discurso de posse.
O homem conseguiu empurrar e tirar o microfone do presidente, mas não houve consequências graves. Logo depois de dizer "Nicolás, meu nome é Yendrick. Me ajude, por favor", o homem foi detido pelos seguranças, e Maduro retomou o discurso.
"Vamos retomar. Mas houve uma falha na segurança aqui. Podiam ter me dado um tiro. Mesmo um companheiro precisa saber quando existem regras a serem cumpridas. E o que ele fez foi errado", disse o presidente.
Não foram fornecidos detalhes sobre a identidade do homem. Durante o incidente, a TV estatal, que transmitia a posse, foi tirada do ar, gerando dúvidas sobre a segurança do presidente.

Conversa

Pouco depois, Maduro disse que o incidente havia sido superado e indicou que depois conversaria com o rapaz. "Quem sabe que tipo de preocupação ele carrega?"
O presidente disse ainda que o ocorrido serviu para lhe lembrar de temas como a segurança e a disciplina do povo venezuelano.
"Eu não tenho problemas. A minha vida está posta a serviço desta pátria".
A cerimônia de posse foi acompanhada por diversos líderes mundiais, especialmente da América Latina, como a presidente Dilma Rousseff, o boliviano Evo Morales, o uruguaio José Mujica, o cubano Raúl Castro e a argentina Cristina Kirchner. O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, também compareceu.
Após ser empossado, Maduro disse ainda que estava pronto para dialogar com a oposição.
"Eu faço um apelo a eles para que haja conversas onde for possível. Estou pronto para dialogar até mesmo com o diabo, que Deus me perdoe, e até com o novo Carmona, se isso for necessário, para pôr um fim ao seu ódio contra mim e contra o povo, para pôr um fim em sua intolerância", disse o venezuelano, em referência ao seu opositor, Henrique Caprilles, e a Pedro Carmona, autoproclamado presidente da Venezuela durante o fracassado golpe de Estado ocorrido no país em 2002.
BBC BRASIL

Segundo suspeito de explosões em Boston é preso, diz polícia


A polícia de Boston afirmou nesta sexta-feira ter detido o segundo suspeito das explosões contra a Maratona de Boston no início da semana e que estava fazendo uma varredura no subúrbio da cidade onde ele foi capturado após uma ampla caçada.
Anteriormente, as autoridades o identificaram como Dzhokhar Tsarnaev, de 19 anos, um dos dois irmãos suspeitos de cometerem as explosões de segunda-feira em Boston que mataram três pessoas e deixaram 176 feridas.
Também pelo Twitter, o prefeito de Boston, Thomas Menino, disse: "Nós o pegamos".
O irmão de Dzhokhar foi morto na véspera em confronto com a polícia.
ESTADÃO

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Tráfico humano avança na União Européia e menos são punidos, diz relatório


A Comissão Europeia, o órgão executivo da União Europeia (UE), anunciou que o número de casos de tráfico de pessoas registrado nos 27 países do bloco vem aumentando de forma acentuada, embora menos criminosos tenham sido condenados pelo crime.
Em seu primeiro relatório sobre o tema, a Comissão revela que a maioria das cerca de 23 mil vítimas entre 2008 e 2010 são menores e mulheres, e que a maioria sofre exploração sexual. A cada ano, foi registrada uma tendência de alta.
A Comissária de Assuntos Internos do órgão, Cecilia Malmström, disse que provavelmente o que chega aos registros das autoridades é apenas a ponta de um iceberg, e a situação pode ser pior.
Malmström disse que os países da UE precisam agir para reverter o problema e advertiu que ela não irá hesitar em adotar medidas contra aqueles que não o fizerem.
Até agora, apenas seis dos 27 países-membros da UE implementaram as normas europeias para coibir o tráfico humano, concebidas para facilitar o indiciamento dos responsáveis e a proteção às vítimas.
BBC BRASIL

Inclusão bancária estagna no interior do país


Canais de atendimento alternativos, como agências bancárias que flutuam em rios e postos de atendimento nos Correios, têm contribuído para a inclusão financeira em regiões do Brasil distantes dos grandes centros.

Mas, apesar do aumento do número absoluto de pessoas com conta em banco, a proporção desse público no país - chamado de bancarizado - está estagnada.

O Ibope aponta que a proporção da população com conta em banco nas regiões Norte e Centro-Oeste não se alterou entre 2009 e 2012, mantendo-se em 57%.

No mesmo período, houve avanços nas regiões Sul (de 52% para 70%), Sudeste (de 50% para 72%) e Nordeste (de 36% para 50%).

A pesquisa demonstra que, no interior do país, os esforços dos bancos têm servido apenas para que a população bancarizada acompanhe o crescimento da população economicamente ativa.

Em 2009, o Bradesco instalou um correspondente bancário em um barco comercial no rio Solimões, no Amazonas. Desde então, captou cerca de 49 mil clientes na região ribeirinha.

"Abrimos 800 contas por mês no barco", afirma o diretor-executivo do banco, Altair Antônio de Souza.

Em 2011, a Caixa Econômica Federal seguiu a iniciativa com uma agência fluvial na mesma região. Até fevereiro deste ano, alcançou 6,7 mil clientes com o barco.

A grande maioria (4,9 mil) abriu contas-correntes voltadas a quem tem renda de até R$ 2.000 ao mês, sem tarifas de manutenção, de depósitos ou de consulta de saldo.

TRANSFORMAÇÃO

A chegada dos bancos tem transformado a economia dos ribeirinhos.

Em Belém de Solimões, uma das comunidades atendidas pelo Bradesco, Juvenal Ramos Marcos passou a contratar serviços de crédito para diversificar os produtos de sua mercearia.

Aproveitou o incremento da renda de quem não precisa mais gastar até R$ 130 (custos de passagem, alimentação e estadia) para realizar operações bancárias em Tabatinga, a 12 horas de barco da comunidade, e reverte a renda extra para o consumo.

"As pessoas corriam riscos. Qualquer marola no rio poderia colocar a perder os mantimentos trazidos nas canoas. Muitas vezes dormiam nas praças de Tabatinga à espera da abertura dos bancos", diz o gerente Nézio Vieira.

A população das classes C, D e E, com menor acesso aos serviços financeiros, é o principal alvo dos bancos.

Para o Banco do Brasil, a iniciativa dos bancos postais (que oferecem serviços em agências dos Correios) é uma oportunidade não só de chegar nos pontos onde não possui agências mas também de atingir um público com renda de até R$ 1.500.

"Essas pessoas trabalham o dia inteiro e não têm tempo para ir a uma agência", diz Simão Kovalski, gerente-executivo do banco, destacando os horários alternativos das agências postais.

Segundo o banco, 2,3 milhões de contas foram abertas pelo modelo em 2012.

FOLHA DE S. PAULO

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Flávia Alessandra diz que desistiu de faculdade porque sofria bulliyng


A atriz Flávia Alessandra, 38, não teve uma vida acadêmica muito feliz.
Quando cursava jornalismo na Uerj ela disse que sofria bullying dos colegas. "Ouvia todo dia que a televisão emburrece as pessoas. Faziam ironias comigo. Desisti", disse em entrevista para a revista "Alfa".
Flávia, no entanto, se formou em direito, mas decidiu seguir a carreira de atriz. Ela afirmou também que foi para a faculdade porque tinha medo de não conseguir se sustentar no início da carreira artística.
Ela também aparece em um ensaio sensual nas páginas da publicação.
FOLHA DE S. PAULO

Lançamento de míssil norte-coreano seria um grande erro, diz Kerry


O secretário americano de Estado, John Kerry, indicou nesta sexta-feira que o líder norte-coreano, Kim Jong-un, cometerá um grande erro se continuar com seus supostos planos de disparar um míssil.

"Se Kim Jong-un decidir lançar um míssil, seja sobre o mar do Japão ou em qualquer outra direção, estará escolhendo obstinadamente ignorar toda a comunidade internacional", disse Kerry aos jornalistas em Seul.

"Será um grande erro de sua parte, já que isolará ainda mais o país", disse Kerry, acrescentando que os norte-coreanos querem alimentos, não um "líder que mostre seus músculos".

"Kim Jong-un precisa entender, como eu acho que ele provavelmente entende, qual seria o resultado de um conflito", disse Kerry.

"Nossa esperança é de que possamos voltar às negociações".
Kerry, chegou nesta sexta-feira a Seul para se reunir com as autoridades sul-coreanas, em um ambiente marcado pela tensão após contínuas ameaças de guerra e de um possível teste de mísseis por parte da Coreia do Norte.

Em sua primeira visita à Coreia do Sul como secretário de Estado, Kerry também viajará nos próximos dias à China e ao Japão em uma aparente tentativa de obter compromissos para pressionar Pyongyang a fim de abandonar suas hostilidades e garantir a estabilidade na península coreana.

O responsável pela diplomacia americana abordará hoje com seu colega sul-coreano, Yun Byung-se, com quem já se reuniu em Washington no início do mês, a situação de crise atual na península coreana. Também está agendado um breve encontro de Kerry com a presidente do país, Park Geun-hye.

EXPECTATIVAS

Espera-se que Kerry pressione a Coreia do Norte a abandonar suas hostilidades, enquanto tentará fazer com que a China, tradicional aliada de Pyongyang, exerça influência sobre seu parceiro comunista para acalmar a tensão.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, exigiu ontem à Coreia do Norte que ponha fim a sua "postura beligerante" e ressaltou que Washington está disposto a tomar "todas as medidas necessárias" para proteger o país e seus aliados na região.

A Coreia do Norte mantém desde o princípio de março uma prolongada e intensa campanha de ameaças contra Seul e Washington, cujos Exércitos se encontram em alerta elevado perante a possibilidade de um teste de mísseis do país comunista, que pode acontecer a qualquer momento, segundo fontes de inteligência.

OTAN

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, em Seul desde a última quinta, também se reuniu com o ministro das Relações Exteriores sul-coreano.

Yun e Rasmussen concordaram que os indícios indicam um iminente teste de mísseis norte-coreano e destacaram que o país comunista deve pôr fim a sua retórica belicista e suas ações provocadoras, informou a agência sul-coreana "Yonhap".

Rasmussen pediu que a Coreia do Norte pare com as provocações e disse que elas representam uma ameaça à paz, à segurança e à estabilidade regional e internacional.

A visita de Rasmussen é a primeira de um líder da OTAN a Coreia do Sul.

JAPÃO
Coreia do Norte ameaçou nesta sexta o Japão com represálias nucleares caso o país se envolva de alguma forma em um eventual conflito na península coreana.

A agência oficial norte-coreana, KCNA, classificou de provocadoras as declarações de Tóquio dizendo que poderia interceptar um míssil lançado por Pyongyang e advertiu que isto poderia deixar o Japão envolvido "em chamas nucleares".

Um porta-voz do ministério da Defesa japonês afirmou nesta sexta-feira que o Japão está pronto para responder a qualquer tipo de cenário, após as novas ameaças da Coreia do Norte contra o arquipélago designado como o primeiro alvo de um eventual ataque nuclear.

"Tudo o que podemos dizer é que vamos tomar todas as medidas possíveis para responder a qualquer tipo de cenário".

FOLHA DE S. PAULO

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Thatcher foi conservadora e, ao mesmo tempo, inovadora


A ex-primeira-ministra do Reino Unido, Margaret Thatcher, morreu nesta segunda-feira aos 87 anos após sofrer um derrame, informou seu porta-voz, o lorde Tim Bell. Segundo o porta-voz, Thatcher, que foi apelidada de "dama de ferro" pelos soviéticos, em razão de seu estilo autoritário, morreu em paz.
Margaret Thatcher nasceu em 1925, em Grantham, uma pequena cidade no leste da Inglaterra, filha de pais metodistas que administravam uma pequena mercearia. Batizada Margaret Roberts, herdou o sobrenome com que ficou famosa na política mundial ao casar-se com o empresário Denis Thatcher, aos 26 anos, em 1951. As raízes conservadoras da carreira política daquela que se tornou a primeira mulher a governar uma democracia entre as grandes economias do Ocidente, reeleita para três mandatos sucessivos como primeira-ministra do Reino Unido, podem ser encontradas nos seus anos de universitária, em Oxford.
Foi durante a faculdade de Química que Margaret começou a colocar as ideias conservadoras trazidas de casa - seu pai, Alfred Roberts, era um conselheiro político local em Grantham - em prática, ao ser eleita para presidir a Associação dos Estudantes Conservadores de Oxford. E assim a jovem Margaret teve seus primeiros contatos com muitos políticos conhecidos e fez com que seu partido soubesse de sua existência, justamente no momento em que os conservadores enfrentavam sua maior derrota para os trabalhistas, nas eleições de 1945.
O fato é que foram necessários apenas cinco anos para que ela se tornasse nacionalmente conhecida na Inglaterra, ao disputar a vaga dos trabalhistas em Dartford pelo Partido Conservador, em 1950. Margaret foi a mais jovem candidata mulher daquelas eleições gerais no país, com apenas 25 anos. Ela perdeu a vaga naquele ano e no ano seguinte, mas a campanha eleitoral a fisgou.
Margaret Thatcher só foi eleita pela primeira vez para o Parlamento em 1959 como representante de Finchley, um condado ao norte de Londres. Ela só ocupou seu primeiro posto de maior evidência no governo, entretanto, quando os conservadores retornaram ao poder, em 1970, com o premiê Edward Heath, em cujo governo Thatcher serviu como ministra de Educação. O cargo lhe rendeu anos difíceis e os primeiros de uma sucessão de desafios que lhe renderia o famoso título de "dama de ferro".
Primeiro mandato
Em 1979, quando Thatcher assumiu o cargo de primeira-ministra, a economia britânica fraquejava. Ela adotou o Monetarismo de Milton Friedman, da escola de Chicago, como política econômica, ao mesmo tempo em que removia subsídios e regulações do Estado na economia. Como consequência, o país enfrentou uma quebradeira de empresas ineficientes, uma disparada no desemprego e a escalada da inflação. Nesse ambiente, Thatcher elevou impostos e reduziu a oferta de moeda para conter a inflação, deixando para trás as políticas de estímulo monetário do pós-guerra e colecionando críticas de 364 economistas renomados reunidas num manifesto.
Com o colapso de sua popularidade - apenas 23% em dezembro de 1980 -, a primeira-ministra britânica recebeu uma ajuda da invasão argentina, em 1982, às Ilhas Falkland, conhecidas como Malvinas na Argentina. Ao decidir defender a soberania britânica sobre as ilhas, Thatcher viu sua popularidade se beneficiar do fervor patriótico gerado pela disputa e pela vitória das forças britânicas. Nas eleições gerais de 1983, o Partido Conservador liderado por Thatcher venceu por grande maioria e confirmou o segundo mandato da primeira-ministra.
Foi neste segundo período no poder que a conservadora levou adiante uma série de iniciativas que ficou conhecida como Thatcherismo: a privatização da maioria das indústrias administradas pelo governo, incluindo os serviços de abastecimento de água, eletricidade e ferrovias, todos vendidos para a iniciativa privada, além da redução de gastos com serviços sociais. Ela também enfrentou os sindicatos, aprovando leis concebidas para coibir as greves que assolavam o país. Suas iniciativas geraram um dos eventos mais críticos de seu governo: a greve dos mineradores, em 1984, que protestavam contra o fechamento de minas que não eram lucrativas. Thatcher mobilizou os britânicos de forma a pressionar os mineiros e forçá-los a voltar ao trabalho sem qualquer concessão.
A forte oposição da primeira-ministra britânica ao comunismo da União Soviética - que ela apresentava como um demônio que deveria ser combatido - lhe rendeu o título de "Dama de ferro", atribuído pela imprensa soviética e logo adotado pelo Ocidente. Essa posição, alinhada com Reagan, foi alvo de críticas mundo afora por sustentar a Guerra Fria até a chegada de Mikhail Gorbachev ao poder.
A queda
Seus últimos anos no governo do Reino Unido foram novamente marcados por baixíssima popularidade e sucessivas pesquisas que mostravam os trabalhistas à frente dos conservadores numa potencial eleição. Foi das próprias fileiras de seu partido, entretanto, que Thatcher recebeu o golpe final: insatisfeito com a posição radicalmente contrária da primeira-ministra à entrada da Inglaterra na zona do euro, seu vice e último membro remanescente de seu gabinete de 1979, Geoffrey Howe, renunciou em 1º de novembro de 1990. Duas semanas depois, seu discurso repleto de críticas à Thatcher no Parlamento alimentou a reação dos conservadores.
Após sofrer diversos pequenos derrames em 2002, ela anunciou que, por recomendação médica, iria se retirar da vida pública. A deterioração de sua saúde ao longo dos anos seguintes culminou com um colapso durante um jantar na Câmara dos Lordes, em março de 2008. Após o episódio, sua filha Carol afirmou que a demência de sua mãe ficou explícita quando Thatcher confundiu a guerra das Malvinas com a guerra da Iugoslávia. Desde então, a ex-primeira-ministra deixou de comparecer a compromissos públicos alegando problemas de saúde, como a festa de seus 85 anos em Downing Street, a convite do premiê David Cameron, e o casamento do príncipe William com Kate Middleton, em abril de 2011.
No início de 2012, Thatcher não compareceu a um jantar oferecido pela rainha Elizabeth II aos ex-primeiros-ministros do Reino Unido. Em dezembro, pouco antes do Natal, a Dama de Ferro passou por uma cirurgia para remover um crescimento na bexiga, detectado após a ex-primeira-dama sentir desconforto. A operação, segundo seu conselheiro de longa data, Tim Bell, foi "completamente satisfatória". (Equipe AE) 
ESTADÃO