Sorridente, usando brincos de pérolas e com o topete milimetricamente penteado. Assim é a imagem de Dilma Rousseff que será espalhada nos próximos dias por todos os gabinetes de autoridades e repartições federais do país.
O Planalto divulgou ontem o retrato oficial da primeira mulher a ocupar a Presidência da República.
Ela adiou a foto para garantir a presença do cabeleireiro Celso Kamura, responsável por sua transformação visual na campanha.
"Fiz a mesma beleza que ela já vinha usando, mas forcei a maquiagem nos olhos e usei um batom mais forte, cereja queimada", contou.
Dilma foi clicada domingo passado na varanda do Palácio da Alvorada, sua futura residência. A exemplo de Lula, posou diante das famosas colunas de Oscar Niemeyer --mas se posicionou do lado interno, e não no gramado.
A sessão durou cerca de uma hora e meia e foi comandada por Roberto Stuckert Filho.
"Foi bem tranquilo. Ela é fácil de ser fotografada", contou Stuckert, que escolheu o cenário no dia anterior.
Dilma chegou a provar um blazer branco, mas optou por um modelo creme (ou "off-white", como preferem os estilistas). Ela fez questão de escolher a opção que será distribuída.
O primeiro exemplar do retrato foi apresentado ontem cedo à presidente e já está pendurado em seu gabinete, na mesma moldura que enfeitava a foto de Lula.
Segundo Stuckert, não houve manipulação digital da imagem: as únicas intervenções no rosto de Dilma foram feitas por Kamura.
O resultado foi aprovado por José Fujocka, diretor de produção em São Paulo. "Não houve exageros de retoques. É possível ver a textura da pele e algumas marcas de expressão", disse. "Talvez tenha sido feita uma suavização nos pés de galinha, mas nada muito exagerado".
O primeiro exemplar do retrato foi apresentado ontem de manhã à presidente e já está pendurado em seu gabinete, na mesma moldura que enfeitava a foto de Lula.
O governo abrirá licitação em caráter de urgência para selecionar a gráfica que vai imprimir de 10 mil a 12 mil cópias da foto, em papel cuchê.
O edital preparado pela Presidência exigirá que a imagem seja reproduzida em 50 x 60 cm, com margens brancas. A expectativa é que a impressão custe algo entre R$ 5.000 e R$ 7.000 aos cofres públicos.
O autor da imagem sucedeu o irmão, Ricardo Stuckert, no cargo de fotógrafo número um do poder. O pai deles, Roberto, ocupou o mesmo posto no governo de João Figueiredo. Folha Online