sábado, 30 de abril de 2011

Indústria brasileira é processada por plágio em sola de sapato

O solado vermelho de calçados femininos de alto padrão virou motivo de disputa judicial. A indústria brasileira Carmen Steffens diz que foi notificada judicialmente pelo designer francês de calçados Christian Louboutin, sob a acusação de plágio.

A grife francesa acusa a empresa de Franca (a 400 km de SP) de copiar o solado vermelho, alegando ser sua marca registrada.

"É um absurdo alguém querer patentear uma cor", afirma Mario Spaniol, presidente da Carmen Steffens.

Os sapatos criados por Louboutin estão nos pés das principais estrelas de Hollywood, de Angelina Jolie a Katie Holmes. Na loja virtual da empresa francesa na internet, os modelos mais simples custam quase US$ 1.000 --cerca de R$ 1.570--, mas os mais sofisticados chegam a ultrapassar os US$ 3.000 --em torno de R$ 4.700.

Já os modelos da Carmen Steffens estão na faixa dos R$ 300. Em seu site, a empresa francana cita como consumidoras a cantora Mariah Carey e a atriz Eva Longoria.

Segundo Spaniol, a disputa judicial teve início depois que a marca brasileira se fortaleceu na França. Em setembro último, a empresa abriu lojas em Marselha e Paris --já tinha uma em Provence.

O empresário se defende da acusação de plágio. Segundo ele, o vermelho usado nos solados da Carmen Steffens não é do mesmo tom usado por Louboutin. Ele também diz que o vermelho é apenas uma cor dentre várias presentes nos seus produtos.

"Nós usamos cores nas solas dos nossos sapatos desde 1996. A patente dele [Louboutin] para a sola vermelha é de 2000 nos EUA e de 2009 na França", afirma Spaniol.

Para provar essa diferença de datas, a empresa brasileira iniciou junto a suas clientes uma coleta de sapatos de sola vermelha usados, com data anterior a 2000. Em troca, está oferecendo sapatos novos para as clientes.
Spaniol ainda promete contra-atacar. Segundo o empresário, a Carmen Steffens vai acionar Louboutin na Justiça, por danos morais.

A Folha procurou a assessoria de imprensa de Louboutin no Brasil --a marca tem loja em São Paulo--, que não quis se manifestar. FOLHA