sábado, 31 de dezembro de 2011

Nigéria declara estado de emergência no norte do país


O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, declarou estado de emergência neste sábado em regiões ao norte do país, assoladas por uma insurgência islâmica violenta, e disse que fecharia quaisquer fronteiras com outros países nestas áreas cobertas pelo decreto.

"Eu, no exercício dos poderes a mim conferidos... declaro estado de emergência nas seguintes regiões da federação", disse Jonathan à TV estatal, antes de listar os governos locais do norte afetados pelo decreto.

"O fechamento temporário de nossas fronteiras nas áreas afetadas é apenas uma medida interina designada para enfrentar os atuais desafios de seguranças e será retomado assim que a normalidade seja restaurada", acrescentou ele, em discurso que abordou os atentados fatais no dia do Natal, pela seita Boko Haram, há uma semana.

VIOLÊNCIA

A decisão do governo nigeriano chega um dia após quatro pessoas terem morrido em uma explosão perto de uma mesquita de Maiduguri, nordeste da Nigéria, depois de uma onda de atentados similares atribuídos a uma seita islamita.

"Foi uma confusão depois da explosão. Quando a poeira abaixou, vimos quatro corpos", declarou a testemunha Mohammed Bukar, acrescentando que também há vários feridos.

Um porta-voz militar confirmou a explosão, mas disse que não estava ainda em condições de dar informações a respeito.

"É verdade que houve uma explosão perto do mercado Monday Market quando as pessoas saíam da mesquita. Ainda não temos detalhes", declarou o tenente-coronel Hasan Mohamed.

Outro habitante de Maiduguri que se encontrava na mesquita afirmou que "houve uma forte deflagração perto da mesquita imediatamente depois da oração de sexta-feira, quando as pessoas saíam". "Todo mundo correu para se proteger e houve uma atropelamento humano", contou, acrescentando que o exército bloqueou o setor.

Esta explosão aconteceu quatro dias depois de uma onda de atentados realizados no domingo (25) contra igrejas em várias cidades do país, nos quais morreram pelo menos 49 pessoas.

REUTERS/FOLHA