segunda-feira, 16 de abril de 2012

Enchente no Amazonas começa a atingir marcas históricas


A enchente nos rios Negro e Solimões, principais formadores do Amazonas, se aproxima de marcas históricas, segundo o Serviço Geológico do Brasil, órgão federal que monitora o nível dos rios na Amazônia.

No rio Negro, que margeia Manaus, a cheia já é a maior em 36 anos. Hoje, o nível do rio chegou a 28,49 m, ultrapassando a marca histórica de 1976 (28,31 m). A emergência é declarada quando o rio atinge 28,90 m, o que pode acontecer nesta semana.

O nível do rio Solimões, em Tabatinga (fronteira com o Peru e Colômbia), atingiu nesta segunda-feira a marca de 13,59 m. Faltam apenas 23 cm para bater a maior cheia, registrada em 1999 (com 13,82 m).

Segundo o engenheiro hidrólogo Daniel Oliveira, a elevação das águas do rios nesta época do ano é maior do que em outros anos devido às fortes chuvas que ocorrem em toda a bacia amazônica, inclusive no Peru, onde "os cursos d'água contribuem para os níveis elevados do rio Solimões em território brasileiro".

Para ele, ainda é cedo para afirmar que os rios terão enchentes antecipadas. Normalmente, o pico da enchente é no mês de junho. Nos mais de cem anos que o Porto de Manaus monitora a subidas das águas diariamente, só aconteceu cheia antecipada nos meses de maio.

No Amazonas, são 25 os municípios em situação de emergência devido às enchentes dos rios Solimões, Juruá, Purus e Madeira, segundo a Defesa Civil. O órgão disse que 149.580 pessoas foram atingidas por alagamentos de casas, comércios e plantações. Em Manaus ainda não há registro de famílias afetadas pela subidas das águas do Negro.

Os municípios atingidos pelas cheias e atendidos pela ajuda humanitária são: Juruá, Envira, Eirunepé, Guajará, Ipixuna, Carauari e Itamarati (rio Juruá), Boca do Acre, Lábrea, Pauini, Tapauá e Canutama (rio Purus), Atalaia do Norte, Amaturá, Benjamin Constant, Tonantins, Tabatinga, Santo Antônio do Iça e São Paulo de Olivença (rio Solimões), Borba e Nova Olinda do Norte (rio Madeira), Uricurituba e Itacoatiara (médio Amazonas), Careiro da Várzea e Caapiranga (baixo Solimões).

FOLHA